
VITÓRIA É MEU CORPO TODO
Aperfeiçôo minha fala,
Retraduzo meus escritos.
O talento é irretocável,
O absurdo é irrepreensível e falho
E ora eu me espalho
Aos quatro cantos da cidade.
Pedaços das minhas vísceras
Exumem-se na Praça Oito.
Meus pés percorrem afoitos
A escadaria Maria Ortiz,
Meu olho alcança feliz
O topo do Palas Center
E de lá coordena o resto
Dos meus membros perambulando
As frestas da cidade sol.
Minha boca na Catedral
Cantando dim-Dom, Dom-dim,
Meu nariz na Vila Rubim
Antecipando a explosão
Fareja gente e peixe.
Meu ouvido na Assembléia,
Entre o povo e a alcatéia,
Envia aos outros sentidos
Discussões e apelos urbanos
De meus capixabas irmãos.
Minhas mãos, sólidas mãos,
Tateiam a tez de Carmélia,
De Carlos Gomes, de Glória,
De Elmo Elton, Rubem Braga
E Fafi nas horas vagas.
Meu corpo em dispersão merencória
Reorganiza Vitória
E não dá espaço ao sonho
Que dissipa meus primórdios.
Eu sou a nova cidade:
Viola, violão, violência e clavicórdio,
Rimando a palavra saudade
Coma intelectualidade dos bares.
Subo morro, desço vivo
Porque o batuque também me embala.
(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Editora do autor: Vitória-ES, 1999, Páginas 83 e 84.)
Aperfeiçôo minha fala,
Retraduzo meus escritos.
O talento é irretocável,
O absurdo é irrepreensível e falho
E ora eu me espalho
Aos quatro cantos da cidade.
Pedaços das minhas vísceras
Exumem-se na Praça Oito.
Meus pés percorrem afoitos
A escadaria Maria Ortiz,
Meu olho alcança feliz
O topo do Palas Center
E de lá coordena o resto
Dos meus membros perambulando
As frestas da cidade sol.
Minha boca na Catedral
Cantando dim-Dom, Dom-dim,
Meu nariz na Vila Rubim
Antecipando a explosão
Fareja gente e peixe.
Meu ouvido na Assembléia,
Entre o povo e a alcatéia,
Envia aos outros sentidos
Discussões e apelos urbanos
De meus capixabas irmãos.
Minhas mãos, sólidas mãos,
Tateiam a tez de Carmélia,
De Carlos Gomes, de Glória,
De Elmo Elton, Rubem Braga
E Fafi nas horas vagas.
Meu corpo em dispersão merencória
Reorganiza Vitória
E não dá espaço ao sonho
Que dissipa meus primórdios.
Eu sou a nova cidade:
Viola, violão, violência e clavicórdio,
Rimando a palavra saudade
Coma intelectualidade dos bares.
Subo morro, desço vivo
Porque o batuque também me embala.
(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Editora do autor: Vitória-ES, 1999, Páginas 83 e 84.)
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