

HIEROGLIFOS ORAIS
Lugar comum,
Futuro nenhum.
Não mais me seduz
A palavra chavão
Corroída pelo uso,
Abuso e repetição
E dissonância.
O termo perfeito
Já ganhou trejeito
De expressão vulgar.
O cosseno a se equacionar
Entre as metáforas,
As divisões silábicas
Com novos teoremas.
O emprego do trema
No vetor do poema.
Latina maldição
Do verbo rotulado,
Mensagem sem expressão
Dos argumentos patéticos
Na luz dos neolíticos.
Bom dia! Como vai?
Qual seu partido político?
Qual seu filme predileto?
Que idade você tem?
Beabá, abecê, etcétera,
Blablablá, nhenhenhém.
Lugar comum,
Futuro nenhum.
Não mais me seduz
A palavra chavão
Corroída pelo uso,
Abuso e repetição
E dissonância.
O termo perfeito
Já ganhou trejeito
De expressão vulgar.
O cosseno a se equacionar
Entre as metáforas,
As divisões silábicas
Com novos teoremas.
O emprego do trema
No vetor do poema.
Latina maldição
Do verbo rotulado,
Mensagem sem expressão
Dos argumentos patéticos
Na luz dos neolíticos.
Bom dia! Como vai?
Qual seu partido político?
Qual seu filme predileto?
Que idade você tem?
Beabá, abecê, etcétera,
Blablablá, nhenhenhém.
O velho Aurélio, artefato
De alguma civilização perdida,
Nada ouve, nada vê, tudo olvida,
Nada traduz do país analfabeto,
Nem há recordações
De qualquer período aquém
Dos diálogos dissilábicos
E arte em out-door.
(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Editora do autor: Vitória-ES, 1999, Páginas 54 e 55.)
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