

ESPELHO PAR
Quando te contemplo, Orides,
Graficumana condição,
Perdôo, aceito minhas matizes,
Deslizes.
Me estranho, poeta
Não sou não.
Sua mesquinhez, sua graça
Viva, palavra
Reflexo do último sol.
Minha mesquinhez, minha fala
Opaca, sem fruto,
Sem flor, sem formosura,
Sem clarão.
Que flor brotar no peito
De quem canta,
Se o canto é ainda mais
Dor que a solitude?
Ilude-se a formiga
De que sua faina telúrica
É ainda mais cansativa e dolorosa
Que o canto da cigarra.
No primeiro canto o último labor.
Quem canta abre os pulmões,
Desentope o peito,
Escarnece e faz rarefeito
O ar de quem ama.
Quem tem espelho sabe do diabo
E conhece a imagem do seu criador,
Pois dentro do ser esconde-se o que é heterogêneo.
(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Editora do autor: Vitória-ES, 1999, Página 49.)
Quando te contemplo, Orides,
Graficumana condição,
Perdôo, aceito minhas matizes,
Deslizes.
Me estranho, poeta
Não sou não.
Sua mesquinhez, sua graça
Viva, palavra
Reflexo do último sol.
Minha mesquinhez, minha fala
Opaca, sem fruto,
Sem flor, sem formosura,
Sem clarão.
Que flor brotar no peito
De quem canta,
Se o canto é ainda mais
Dor que a solitude?
Ilude-se a formiga
De que sua faina telúrica
É ainda mais cansativa e dolorosa
Que o canto da cigarra.
No primeiro canto o último labor.
Quem canta abre os pulmões,
Desentope o peito,
Escarnece e faz rarefeito
O ar de quem ama.
Quem tem espelho sabe do diabo
E conhece a imagem do seu criador,
Pois dentro do ser esconde-se o que é heterogêneo.
(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Editora do autor: Vitória-ES, 1999, Página 49.)
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