SEJA BEM-VINDO!

BEM-VINDO AO MUNDO DA ESCRITA!

EIS AQUI O ESPAÇO VIRTUAL ONDE AS PALAVRAS BUSCAM SE LIBERTAR DO LIMBO.



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CAROS AMIGOS,

A CARA DO BLOG MUDOU, ENTRETANTO A AVENTURA DE ESCREVER CONTINUA VIVA.

ESTAMOS AQUI À ESPERA DE QUE VOCÊS NOS LEIAM E, SE POSSÍVEL, DEIXEM UM COMENTÁRIO.

ABRAÇO FRATERNO.

(HOMERO DE LINHARES)


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AVISO AOS INTERNAUTAS,

A PARTIR DE HOJE, ESTOU AQUI COM HOMERO DE LINHARES, REVEZANDO NA ARTE DA PALAVRA.

GRANDE ABRAÇO.


(DAVID BELLMOND)







segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PARNASIANISMO (ARTE PELA ARTE)


O Parnasianismo inciou-se paralelo ao Realismo-Naturalismo, movimentos de oposição ao Romantismo. Influenciados pela cultura greco-latina, o parnasianos valorizavam a razão em detrimento do subjetivismo romântico, mas não faziam crítica social, como fizeram seus contemporâneos realistas e naturalistas. O lema maior dos parnasianos era a "Arte pela arte", ou seja, a única preocupação da arte é com a própria arte, a estética, a beleza. Os parnasianos criticavam tanto os românticos (que vieram antes) quanto o simbolistas (que vieram depois) devido ao tratamento dado do sentimentalismo.

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

(Olavo Bilac)

Nos versos acima, Olavo Bilac, um dos expoentes do Parnasianismo, descreve a sua preocupação com o trabalho exaustivo na construção de um soneto. No último verso está a prova do trabalho árduo do poeta com a escrita (Trabalha, teima, lima, sofre, sua). Observe a sequência de vogais nos verbos utilizados.
(David Bellmond / Mestre em Estudos Literários)



SIMBOLISMO (Música e morte)


O Simbolismo surgiu após o Parnasianismo. No Brasil, seus representantes maiores foram Alphonsus de Guimaraens e Cruz e Sousa. Os simbolistas retomaram o ambiente sombrio da Segunda Geração Romântica e a temática amor-morte, além de os parnasianos, pois escreviam sonetos (poemas de 14 versos) e privilegiavam a rima, o ritmo, a sonoridade. A inovação no Simbolismo fica por conta da associação entre amor, música e morte. Criticados pelos parnasianos, que os chamavam de nefelibatas - pessoas que andam com os pés nas nuvens, os simbolistas se aproximaram do mal-do século, o ultra-românticos.




A música da Morte, a nebulosa,
estranha, imensa música sombria,
passa a tremer pela minh'alma e fria
gela, fica a tremer, maravilhosa...

Os versos de Cruz e Sousa são exemplos máximos da obstinação em se associar a música à tristeza, à dor e à própria morte.

(David Bellmond / Mestre em Estudos Literários)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bolinha de papel?

CHAMA O SILAS SALAFRÁRIO

Era um ovo? Era um óvni?
Era um livro do Alcorão?
Pensam que minha careca
É pista para avião?


Chama a maca e a ambulância,
Chama o doutor de plantão.
Chama o Silas Salafrário
Pra fazer uma oração.


(David Belo Mundo)


Bolinha de papel? (2)

NOVA VERSÃO DE CERTO POEMA FAMOSO:

Tinha um Serra no meio do caminho
No meio do caminho vinha uma pedra...
Não!...era uma escrivaninha.
Não!...pesava cinco quilos...
Mas era uma bolinha.


(Carlos Drummond de Andrade)

Bolinha de papel? (3)

NOVA VERSÃO DE CERTO POEMA FAMOSO (2):

O Serra é um fingidor
Finge tão completamente
Que finge sofrer de dor
Por uma bolinha inocente.


(Fernando Pessoa)

Bolinha de papel? (4)

NOVA VERSÃO DE CERTO POEMA FAMOSO (3):

Vinha Serra pela feira
Cantando igual sabiá
Quando atiraram uma palmeira
Pra tucano não cantar.


(Gonçalves Dias)

Bolinha de papel? (5)

NOVA VERSÃO DE CERTO POEMA FAMOSO (4):

Senhor Deus dos revoltados,
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se quem me lançou a pedra
Foram cristãos ou ateus.


(Castro Alves)

Bolinha de papel? (6)

NOVA VERSÃO DE CERTA MÚSICA FAMOSA (1):

Quando eu estou aqui,
Eu vejo um objeto vindo
Contra minha cabeça
E a população sorrindo.


(Roberto Carlos)

Bolinha de papel? (7)

NOVA VERSÃO DE CERTA MÚSICA FAMOSA (2):

Serraaa, jogaram um melão!
Serraaa, Gabeira vai lhe proteger.
Correee, que a população
Está querendo massacrar você.

(Renato Russo)




Bolinha de papel? (8)

NOVA VERSÃO DE CERTO PROVÉRBIO FAMOSO:

Se te jogarem uma pedra, seja superior, atire um tijolo.
Porém, se atiraram uma bolinha de papel, dê-lhes a última edição da Folha de São Paulo.
Ou melhor: se atiraram uma bolinha de papel, presenteie-lhes uma resma de papel A4.
(Hello Kitty)




Bolinha de papel? (9)

Lei da compensação:
 Já pensou se fosse uma sapatada como fizeram com o Bush?
Já pensou se fosse uma estatueta de catedral como fizeram com o Berlusconi?

(Homero de Linhares)





(Homero de Linhares)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A AGRESSÃO AO PRESIDENCIÁVEL JOSÉ SERRA

AGRESSÃO A JOSÉ SERRA (VERSÕES)

Lennon e João Paulo II foram alvos de tiros. O Papa escapou; John Lennon não. Assim como Malcolm X, Luther King, Benazir Bhutto, não escaparam dos tiros. O premiê italiano Silvio Berlusconi e o ex-presidente George Bush escaparam da morte. Um foi agredido com a miniatura de uma catedral da Itália e o outro com uma sapatada. Agora o candidato a presidente do Brasil, José Serra foi agredido com uma bolinha de papel. Ainda bem que havia lá um helicóptero que o levou a um hospital, fizeram uma tomografia computadorizada no presidenciável e o salvaram da morte. Se cada aluno nosso que levasse uma bolada de papel na testa ou cada professor que fosse agredido por aluno, ou até mesmo pela polícia com tiros e bombas de gás, como aconteceu em São Paulo no governo do Sr. José Serra durante a manifestação na USP, o Brasil não teria dinheiro para bancar tanto helicóptero e tomografia.

Deboches à parte, não concordo com a agressão nem o enfrentamento das forças contrárias. Entretanto parte da mídia se aproveitou do ocorrido para publicar notas falsas como tem acontecido nos últimos meses a respeito dessa eleição.

São Paulo – Um video postado no portal Youtube compara as reportagens produzidas pela TV Globo e pelo SBT sobre a "agressão" sofrida por José Serra (PSDB), durante caminhada pelas ruas de Campo Grande, no Rio, nesta quarta-feira (20). A versão, endossada pela campanha tucana, também é apresentada em jornais impressos desta quinta-feira (21).

Segundo a reportagem apresentada na Globo, o candidato teria sido agredido por militantes petistas durante o ato de campanha por um rolo de fita adesiva, passado mal, se dirigido a um hospital onde teria passado por exames a e cancelado o restante da agenda do dia, por ordem médica.

Mas o SBT mostra que o que atingiu Serra foi uma bola de papel, que o tucano continou caminhando normalmente, até receber um telefonema para, então, levar a mão à cabeça e se queixar das consequências do "golpe".

A versão de agressão havia sido apresentada pela assessoria de imprensa de candidato. Em nota para informar sobre o cancelamento de agenda, o texto afirma que Serra teria sido impedido de prosseguir na caminhada. "(Depois), em determinado momento, acertaram a cabeça do candidato Serra com um pesado objeto", diz a nota. No site da revista Veja, na tarde de quarta, a informação era de que uma pedra havia sido atirada contra o candidato.
(http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/video-veiculado-na-internet-desmente-reportagem-da-tv-globo-sobre-agressao-a-serra)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CAMPANHA NO VELÓRIO


A CARA DE PAU DO PSDB


José Serra sorri e faz campanha em velório de Aécio Cunha, pai de Aécio Neves, que morreu no domingo!
(http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/albuns-de-fotos/imagens-04-a-10-de-outubro/serra_velorio_aecio_Charles.jpg/view)

Tem um dito popular de mau gosto que diz: Pobre tem que vender o almoço para comprar a janta (sic). O que vi hoje lá em Minas Gerais foi um senador eleito se aproveitar dos holofotes (a mídia) voltados para o velório do pai dele e fazer campanha para o candidato dele à presidência. Ele não sabia se chorava pela morte do pai ou se ria com a suposta vitória do candidato dele. Por isso é que eu admiro o PSDB: eles vendem a família para ganhar o Brasil. Na educação, eles são ainda melhores: fazem professor mendigar para melhorar a educação. Em época de PSDB no governo federal, e no governo estadual do Espírito Santo, eles prometiam dar vale-cultura (um ticket que seria trocado por cd ou livro) ao professores, mas o salário para quem tinha curso superior não passava de R$ 600,00. Quer dizer: o professor não tinha dinheiro para uma vida digna de quem estudou muito, todavia teria acesso à música de Caetano Meloso. Ou seja: “queria querer cantar afinado com eles como são lindos, como são lindos os burgueses”. Mas, voltando ao velório do pai do ex-governador mineiro, um repórter perguntou qual havia sido a causa morte do defunto e o filho órfão, talvez ressentido (ou não!) porque esperava outra pergunta, respondeu:

___ Nós saímos vitoriosos dessa eleição. O povo mineiro provou que sabe votar. O Serra sairá vencedor no segundo turno.

(David Belo Mundo / 04 de outubro de 2010)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ALIMENTAÇÃ BALANCEADA PRO BRUNO DO FLAMENGO: COMER MACARRÃO E BOLA

AINDA SOBRE O CRIME HEDIONDO PRATICADO PELO JOGADOR DO FLAMENGO




"Bruno é um atleta de alto rendimento e habituado a uma alimentação balanceada, acompanhado de atividade física. A ausência disso pode ter causado o problema", afirmou um dos advogados de Bruno, Frederico Franco. A matéria completa pode ser lida no site do Terra:
 http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4561386-EI16746,00-Goleiro+Bruno+volta+a+passar+mal+em+penitenciaria+em+MG.html.



Leia um trecho da matéria:



“O goleiro Bruno Souza voltou a passar mal na manhã desta segunda-feira no Presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária, o goleiro estaria apresentando um quadro de oscilação de pressão sanguínea.



"Bruno é um atleta de alto rendimento e habituado a uma alimentação balanceada, acompanhado de atividade física. A ausência disso pode ter causado o problema", afirmou um dos advogados de Bruno, Frederico Franco, garantindo que ainda nesta tarde vai impetrar o pedido de habeas-corpus para que seu cliente seja libertado.



Um clínico geral foi designado para tratar do do goleiro, mas a secretaria informou que caso o problema continue, Bruno será transferido para uma unidade médica. Bruno começou a apresentar este quadro clínico na manhã de domingo, mas após ser medicado passou bem durante todo o dia.



Nesta segunda-feira, Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, receberam a visita de Ércio Quaresma e Zanoni de Oliviera, seus respectivos advogados. A orientação de ambos é de que seus clientes não colaborem com as investigações enquanto não tiverem acesso ao inquérito policial.” (extraído de http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4561386-EI16746,00-Goleiro+Bruno+volta+a+passar+mal+em+penitenciaria+em+MG.html)



Não entendi. Agora o preso pode escolher o cardápio? O “Dr.” Frederico Franco (que de franco não tem nada) ainda não caiu na real. O psicopata chefe da quadrilha não está treinando no Flamengo para uma disputa futebolística. A alimentação da pessoa muda conforme seu status na sociedade. Ele não é mais atleta. Dotô adevogado, ele agora está na condição de réu quase confesso. Falta pouco. Será que as leis precisam mudar no Brasil? Se o preso estiver acostumado a comer filé mignon, ele sai pra almoçar numa churrascaria de vez em quando. Se for pobre, almoça no xilindró mesmo. A culpa é do advogado. Afinal o sujeito passa cinco anos na faculdade para, depois de formado, afirmar uma baboseira dessa em defesa do cliente. Não resisto à tentação de ser sarcástico: ele quer comer é Macarrão e Bola. Está sentindo falta.



(Homero de Linhares / 12 de julho de 2010)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rede Globo não!




REDE GLOBO: COVARDE E PRECONCEITUOSA

Duas coisas que menosprezo no ser humano: a covardia e o escárnio quando o alvo da chacota não tem direito de resposta. Sei que poucos lerão este texto, pois há coisa mais interessante para fazer que perder tempo lendo um manifesto de revolta. Ainda assim me revolto e escrevo.

Desliguei a TV agora há pouco porque estava vendo, no Jornal da Globo, a matéria sobre o crime hediondo praticado pelo jogador do Flamengo (não aquele que exibe armas ao lado de traficantes nem aquele que faz doações para festas do tráfico, mas aquele que mandou matar, esquartejar e alimentar os cães com o corpo da ex-amante) e o apresentador da seção de esportes (aquele que substitui o Tadeu Schimit) diz com pequeno riso de escárnio: “agora, para relaxar, vamos falar da final da Copa do Mundo”. Não consegui conter meu impulso iracundo e desliguei a TV depois de proferir alguns palavrões. Isso é escárnio sem direito de resposta.

O mesmo aconteceu no programa “humorístico” do Casseta e Planeta ontem. Fizeram um quadro debochando do estilo metrossexual do Cristiano Ronaldo, jogador da Seleção de Portugal, e fazendo deboche da sua possível preferência sexual. Não que eu seja defensor dos nossos ex-colonizadores, mas onde fica o bom senso e o combate a todo tipo de preconceito tão em moda nos últimos tempos? Conhece a história do macaco que se senta sobre o próprio rabo para reparar os rabos alheios? Eis aqui uma reprodução desse provérbio. A Globo tem autoridade para autorizar escárnios a metro, bi, homo ou qualquer outra preferência sexual fora do convencional? Escárnio sem direito de resposta. Mesmo que seja num programa de humor. Não pergunte sobre o CQC ou o Pânico na TV uma vez que o nível intelectual é sempre o mesmo. E você ainda me pergunta o que eu tenho contra a Rede Globo? Na verdade, a TV aberta de modo geral é de qualidade indiscutível: indiscutivelmente ruim.

Chamar de covardia aquilo que o jogador do Flamengo fez com a ex (namorada, amante, peguete, ficante, mãe de um filho dele) é comparar Hitler à Madre Teresa de Calcutá. E há quem justifique na internet que a garota esquartejada era prostituta, atriz pornô, garota de programa, meretriz. As pessoas que utilizam tal argumento são tão piedosas quanto o autor do crime. Parece-me que estamos retornando à época anterior ao surgimento do Cristianismo. Orgulhemo-nos, portanto, de sermos preconceituosos até o osso (como se tivéssemos razão para isso) e exterminemos da face da Terra as prostitutas, os homossexuais, metrossexuais, não-arianos e seres de comportamento desagradável. Sobrará alguém para ser julgado no juízo final?

(David Bellmond/07 de julho de 2010)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ENQUANTO ISSO, NUM PAÍS CHAMADO BRASIL...


INTERNET – O LUGAR COMUM DA ESTUPIDEZ

É incrível como o tempo passa, a tecnologia evolui e a estupidez humana continua a mesma. Aqui na internet mesmo é possível ver todos os dias manchetes estampadas com as cores do Brasil, o orgulho de ser brasileiro exposto nestes dias de Copa do Mundo e a mesma estupidez cotidiana abrilhantar as páginas dos sites. Enquanto isso, todo o Brasil sabe do possível assassinato cometido por aquele jogador de futebol do Flamengo e a mídia sequer dá valor ao acontecimento. Eu estava lendo uma matéria na página do Terra sobre o desaparecimento da garota, mãe de um filho do tal jogador de futebol, e vi tanto comentário exaltando a “façanha” do suposto assassino que pasmei. Parece-me que, por mais que a evolução nos favoreça, seremos sempre animais enjaulados sem condições de vida em sociedade. Não é sordidez da minha parte, é pena da condição humana, pois levo em consideração que por trás de cada comentário ou omissão se esconde um ser vivente. Internauta é estúpido? Internauta é semianalfabeto? Além de trucidarem a mínima noção de bom senso, ainda atropelam a língua portuguesa. Agressões gratuitas, comentários desinteressantes com concordâncias verbal e nominal de quem não cursou sequer o ensino fundamental é o mais comum na internet sobre casos que mereciam nosso espanto. Para o mundo que eu quero descer. A internet tornou-se o lugar comum da estupidez humana. E eu ainda resisto.
Caso queiram compartilhar desse mundo de comentários estúpidos, leiam a matéria em: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4538135-EI5030,00-Exames+confirmam+que+Eliza+tomou+substancias+abortivas.html

(David Bellmond / 02 de julho de 2010)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa do mundo 2010


O PAÍS DO FUTEBOL


Era a Copa do Mundo de 2010. Era o Brasil entrando em campo como favorito em todos os jogos. No jogo de estréia, fez 2 x 1 contra a Coréia. Depois, 3 x 1 contra a Costa do Marfim. Por fim, 0 x 0 com Portugal. Afinal o Brasil é o único país pentacampeão mundial de futebol. Na nova fase, a Seleção comandada por Dunga vence o Chile por 3 x 0. Isso faz com que o Brasil seja temido, respeitado, aplaudido, enfrentado com garra pelos adversários, pois todo país apaixonado por futebol quer ser igual ao Brasil no futebol. Isso mesmo: no futebol.

Já passou da hora de nós, jovens e adolescentes, lutarmos para que o Brasil deixe de ser somente o “País do futebol” e seja o “País da Ciência”, o “País da tecnologia”, o “País do emprego decente”, ou melhor, o País do futuro. E isso depende tanto da nossa atuação quanto de nossos governantes. Os maiores interessados em que a nossa pátria seja melhor não apenas no futebol somos nós. Se o Brasil vencer a Copa do Mundo da África do Sul, seremos Hexacampeões. Mas e depois? Depois voltaremos a ser o mesmo povo que ainda sofre com desigualdades imensas e espera que educação, saúde e segurança sejam prioridades de quem nos comanda. Depois voltaremos a ser o mesmo povo que se orgulha de ser brasileiro e que espalha o verde-amarelo pelas janelas e pelas ruas apenas de quatro em quatro anos, ou seja, na Copa do Mundo.

Portanto, precisamos nos unir pela vitória do Brasil não apenas em campeonatos esportivos, mas também na luta por um país que respeite seus moradores e que invista na sua juventude. Podemos começar criando consciência na hora de escolher os nossos políticos representantes, pois são eles que decidirão o nosso futuro. Vamos levar educação a sério nesse país como fazem os jogadores das seleções com a jabulânia. Vamos exigir nosso Brasil seja lembrado, respeitado, admirado em qualquer canto do mundo não apenas quando se fala de futebol ou de carnaval.

(David Bellmond / 30 de junho de 2010)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guia introdutório aos "Sonetos para serem lidos em linha reta"




GUIA DE AUXÍLIO AOS INCAUTOS

Vocabulário para auxiliar os incautos na interpretação dos três sonetos que se seguem. Em caso de dúvida, consulte o link http://www.priberam.pt/DLPO/

Mesmo que meus agressores já saibam, eu explico:

1. Acróstico: poema escrito com um nome ou uma frase na vertical enquanto os versos ficam na horizontal. Segundo os estudioso, o mais fácil e menos inspirado tipo de poesia. Leia o exemplo de acróstico abaixo.

Devasso
Animal
Vergonha
Ira.
Deus me livre dos invejosos.

2. Amiúde: Frequentemente; muitas vezes.
3. Arena: Lugar de combate onde os cristãos eram lançados para serem devorados por leões ou para lutar até a morte com algum gladiador.
4. Debalde: em vão.
5. Demasia: demais, exageradamente.
6. Devasso: pessoa libertina, que gosta de sexo em demasia.
7. Escudeiro: Pajem ou criado que levava o escudo do cavaleiro, donzel, o primeiro título da antiga nobreza.
8. Feudo: propriedade emprestada ao vassalo em troca de favores.
9. Fidalgo: Título de nobre.
10. Fidalguia: Título de nobreza dado a fidalgo.
11. Funda: arma usada por David para vencer Golias.
12. Gladiador: guerreiro, lutador.
13. Gládio: espada de dois gumes usada pelos gladiadores romanos.
14. Heterônimo: personalidade alternativa criada pelo autor. (Álvaro de Campos é heterônimo de Fernando Pessoa assim como Homero de Linhares é heterônimo de David Bellmond).
15. Ignorante: que ignora, que não sabe, que desconhece.
16. Infante: criança, adolescente, soldado da infantaria.
17. Meretriz: sua mãe ainda não lhe explicou?
18. Mortalha: lençol que cobre cadáver.
19. Ofício: trabalho, labor.
20. Pena: dó, comiseração, caneta usada pelos poetas antigos.
21. Pernóstico: pessoa convencida, presunçosa.
22. Púbere: adolescente, que está na puberdade.
23. Pupilo: aprendiz, aluno, educando.
24. Quixotesco: ridiculamente pretensioso.
25. Sarcasmo: deboche, escárnio.
26. Soneto: poema de 14 versos. Segundo os estudiosos, o mais difícil tipo de poesia a ser escrito.
27. Vassalo: guerreiro que defendia um senhor dono de posses.
28. Vis: plural de vil, pessoas más, de caráter ruim.

Abraços,

David Bellmond

Sonetos (1)


Sonetos para serem lidos em linha reta (1)

Meu irmão diz que eu não tenho alma
Só porque perco insanamente a calma
Quando me lançam no meio da arena
E não me dão sequer um olhar de pena.

Se era uma funda ou uma navalha
Minh’arma nessa injusta batalha
Não sei, mas dizes que sou perigoso
Porque faço da luta o meu gozo?

Sou o David lutando com Golias,
Não tenho irmandade ou amigos
E meu irmão me diz que é covardia?

Quem te condenará por que comigo
Não exerceste a tua fidalguia
De ser meu escudeiro ante o inimigo?

(David Bellmond / 23 de junho de 2010)

Sonetos (2)


Sonetos para serem lidos em linha reta (2)

Minha cunhada diz que sou pernóstico
E que meu nome é o perfeito acróstico
De Devasso, Animal, Vergonha e Ira.
Faltou letra pra escrever Mentira?

Acróstico não é o meu ofício.
Prefiro dedicar-me ao que é difícil:
Escrever um soneto vão, debalde
Que sirva de espelho à minha cunhada.

Se sou pernóstico ou quixotesco
É porque nas minhas lutas, nos meus sonhos,
Sou vassalo sem feudo ou parentesco.

Minha armadura é minha mortalha,
Meu pai por certo foi um heterônimo
Que não conhece quem levou porrada.


(David Bellmond / 23 de junho de 2010)
P. S.: Em caso de dificuldade com o vocabulário, leia as informações iniciais desses três sonetos ou consulte: http://www.priberam.pt/DLPO/

Sonetos (3)


Sonetos para serem lidos em linha reta (3)

Meus pupilos me dizem que sou rude
Em sarcasmos ligeiros ou amiúde.
Não percebem os púberes, infantes,
Que deles sou o menos ignorante.

Aquilo a que defendo e a que dou fé
É que ninguém vai se compadecer
Por eu ser fraco, feio ou infeliz,
Filho de favelado ou meretriz.

Minha pena tem a forma de um gládio
Meu destino é traçado pela pena
Que não vejo em meus vis adversários.

Por isso sou sem alma e perigoso
Quando estou no meio da arena
De onde restarei morto ou vitorioso.

(David Bellmond / 23 de junho de 2010)
P.S.: A imagem que acompanha o poema é obra de Áquila Braz, meu aluno do ensino médio. Mas o poema não é dedicado só a ele.

domingo, 16 de maio de 2010

O FILHO DA MÃE


A IMAGEM DA MINHA AMADA MÃE

O dia das mães passou há uma semana e só agora eu consegui parar a fim de escrever algo que enalteça a minha progenitora. O resultado do homem que sou devo muito à minha idolatrada mãe. Sou daquela época em que ofender a mãe era a pior ofensa que alguém poderia receber. Hoje é coisa banal os adolescentes e jovens se agredirem utilizando o nome da mãe do outro. Minha mãe continua guardada em mim como aquela mulher que ralhava comigo, que me puxava a orelha, que me punia até, quando eu passava dos limites.

PROFISSÃO DE FÉ

Sou grato ao meu Deus por ter me feito pra luta e me fazer vencedor na maioria delas. Sou grato também à minha mãe (essa mulher exemplar que nunca me defendeu se eu estivesse errado) por não ter sido conivente ou cúmplice das minhas atitudes erradas pela vida até agora. Minha mãe sempre soube que, se concordasse com minhas atitudes impensadas, eu seria mais um fracassado na seva selvagem que é a vida. Sou grato à minha família, em especial a minha esposa maravilhosa, por ter apostado em mim, pois eu sempre tive uma ponta de receio, mas eles sempre acreditaram na minha capacidade de vencer. Obrigado, todavia eu continuo na luta!

NÃO PONHA O NOME DA MÃE NO MEIO

Tenho convivido com adolescentes e jovens sem nenhuma medida de regra ou de vocabulário e que não faz caso algum de quem se preocupa com o futuro deles. Tenho presenciado mães cúmplices de filhos que se perderão pelos caminhos violentos da nossa sociedade defenderem os filhos mesmo quando são infringidas as regras mais básicas de convivência e de comunicação no ambiente escolar. Mães que ignoram que os filhos e filhas um dia serão adultos. E adultos mal formados e mal informados em meio a tanta evolução e tecnologia. Mães que ignoram que seus filhos enfrentarão o mundo sem ter a proteção materna e condescendente pra toda vida. A quem esses filhos culparão pelo fracasso certo? A quem recorrerão quando forem abordados pelo braço duro da lei? Por isso é que o nome da minha mãe é sagrado uma vez que ela me repreendeu quando eu não tinha razão e não permitiu que eu olhasse o mundo como se tudo fosse permitido, como se preceitos básicos e preconceitos inúmeros pudessem ser apagados do meu manual de sobrevivência no mundo adulto. Mãe, tu és a conselheira dos meus passos.

(David Bellmond / 16 de maio de 2010)

sábado, 24 de abril de 2010

MAIS UMA PARA PASSAR O TEMPO


QUAL É A DIFERENÇA?

Diferença entre ter peito ou culhões.





Há uma distinção médica clara.



Todos ouvimos falar em alguém ter peito ou ter culhões, mas você sabe REALMENTE a diferença entre ambos?


Vamos tentar esclarecer onde eles se diferenciam:



PEITO - É chegar em casa tarde da noite, após uma balada com os amigos, e ser recebido por sua mulher segurando uma vassoura, e ter peito de perguntar:



"Ainda está limpando a casa, ou vai voar para algum lugar?"



CULHÕES - É chegar tarde da noite em casa, após uma balada com os amigos, cheirando a perfume e cerveja,  batom no colarinho, e ter culhões de dar um tapa na bunda da sua mulher e dizer:



"Você é a próxima, gorducha!"



Esperamos ter esclarecido qualquer confusão sobre as definições.  Porém, clinicamente falando, não há diferença no resultado.



Ambos terminam em morte.

(Autor desconhecido)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A SUÁSTICA TATUADA NA REDE GLOBO E EM TARANTINO




A SUÁSTICA TATUADA NA REDE GLOBO E EM TARANTINO

Acabei de assistir ao filme “Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino. Confesso que nunca senti tanta euforia por ver cenas do Nazismo retratadas pelo cinema. Senti-me mal por sentir prazer na violência praticada contra os arianos, essa falsa raça superior. Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelo exército alemão, a jovem Shosanna Dreyfus testemunha a execução de toda a sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa. A moça escapa e viaja para Paris, com a forjada identidade de dona e operadora de um cinema. Ainda na Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus para lutar contra os nazistas. Conhecido pelo inimigo como The Basterds, o grupo de Aldo acaba tendo como nova integrante a atriz alemã e espiã disfarçada Bridget Von Hammersmark, que tem a perigosa missão de derrubar os líderes do Terceiro Reich. Os bastardos, ao capturem um nazista, tiram o escalpo do inimigo derrotado quando o matam (a exemplo do que faziam os índios apaches norte-americanos) e, se o deixam escapar com vida, tatuam a cruz suástica à faca na testa do nazista para que ele não se esqueça nunca de que fez parte do Terceiro Reich, comandado por Adolf Hitler.
A suástica marcada a ferro, ou bem melhor, à faca na fronte dos nazistas foi o que mais despertou o animal violento escondido dentro de mim. Lembrei-me do Apocalipse e do sinal da besta na testa, de que tanto falou (ou escreveu) o apóstolo João. Lembrei-me do Big Brother Brasil 10 (mais exatamente da toda poderosa Rede Globo de Televisão) e do mais novo vencedor do famoso reality show. Qual é o paralelo entre o programa da Rede Globo e o filme? A cruz suástica tatuada no braço do moço ganhador de 1 milhão e meio de reais no BBB. Admira-me muitíssimo que uma rede de comunicação com o poderio da Rede Globo e o elenco de gente supostamente inteligente (ou ao menos com bom senso) ponha no centro dos holofotes da fama um ser humano que traga no braço o signo da besta, ou pior, do Arianismo Alemão.
Admira-me e me assusta. Daqui a pouco, a TV brasileira vai assumir descaradamente sua visão colonialista e segregativo e preconceituoso de mundo. A Globo evoluiu (?), todavia seu ranço imperialista prevalece. Mas voltemos ao filme, que é o oposto da Rede de Comunicação do Sr. Roberto Marinho.
O filme “Bastardos inglórios”, ao contrário da televisão brasileira, diminui os seguidores de Hitler. Tarantino faz sarcasmo violento (como é digno do seu estilo) com o Holocausto e trata o Nazismo com a violência peculiar aos ARIASNOS, digo, arianos. Não senti saudade de “A lista de Schindler”, de “O pianista”, de “A vida é bela”, e do quanto me arrancaram suspiros de revolta a barbárie praticada pelos nazi-facistas.
Não foram baseados em fatos reais? É pura ficção? Ora, a democracia brasileira é pura ficção. A igualdade social ou étnica é pura ficção. A justiça brasileira também é pura ficção. E mesmo assim eu continuo sonhando com o “Brasil do futuro” cantado por Renato Russo.

(David Bellmond/ Mestre em Estudos Literários / 22 de abril de 2010)

terça-feira, 20 de abril de 2010

PRA PASSAR O TEMPO

ACREDITE SE QUISER

Um homem de 85 anos estava fazendo seu check-up anual.
O médico perguntou como ele estava se sentindo:
- Minha nova esposa tem 18 anos e está grávida, esperando um filho meu.
- Qual a sua opinião a respeito, doutor?

O médico refletiu por um momento e disse:
- Deixe-me contar-lhe uma estória:
- Eu conheço um cara que era um caçador fanático,
- Nunca perdeu uma estação de caça.
- Mas um dia, por engano, colocou seu guarda-chuva na mochila em vez da arma....
- Quando estava na floresta, repentinamente um URSO apareceu na sua frente.
- Ele sacou o guarda-chuva da mochila, apontou para o urso e... BANG........
.... o urso caiu duro.

- Rá! Rá! Rá! Não é possível! - disse o velhinho.
- Algum outro caçador deve ter atirado no urso.

- Pois é! Respondeu o médico.

(Autor Desconhecido)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

PAIS E FILHOS







OS FILHOS NA RESPONSABILIDADE DOS PAIS


"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã."
(Renato Russo)


O Mestre Jesus, repreendendo a Cidade Santa, diz, em Mateus 23:37, “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!”. Fora da Bíblia ou de qualquer tipo de provérbio ou ficção, todos os animais possuem instinto de proteção e não cometem suicídio. Por que só o bicho homem – único animal capaz de pensar, pesar e agir – deixa a sua cria à mercê de todos os males que o cercam? Pior ainda: por que só o ser humano é capaz de exterminar seus indefesos descendentes?
Exemplos bárbaros dessa irracionalidade acontecem em todos os níveis sociais e são noticiados regularmente nos meios de comunicação ainda que o todo poderoso Jornal Nacional da Rede Globo só se incomode com as atrocidades cometidas na classe média. Foi assim com a Isabella Nardoni, de apenas 5 anos, assassinada pelo próprio pai. Foi assim com a mãe que vendeu a filha de dois meses em Cariacica, no bairro Presidente Médici, por R$ 120,00. Foi assim com o pai que matou as duas filhas, uma de 2 e outra de 4 anos, para se vingar da ex-mulher no município da Serra, vizinho de Cariacica, no estado que leva o nome de Espírito Santo. Basta pesquisar na internet a expressão “matar o próprio filho” que os resultados serão inúmeros em vários estados brasileiros. Novas palavras como infanticídio (assassinato de criança), filicídio (assassinato do próprio filho), gnaticídio (idem), devem incorporar a nossa “língua brasileira” visto que o extermínio daqueles que deveriam ser protegidos pelos pais está se tornando algo corriqueiro no cenário nacional.
É preciso que sejamos reduzidos a condição de animais quadrúpedes – como a cadela, a girafa, a leoa – ou bípedes – como a galinha e a águia – a fim de aprendermos a cuidar de nossos filhos e torná-los preparados para a selva selvagem que é o mundo. E que nenhum valor seja maior que a herança filial determinada pelas leis divina e humana como responsabilidade dos pais.

(David Bellmond / Mestre em Estudos Literários / 16 de abril de 2010)

PAIS, FILHOS E ESCOLA


CONDUTA MÍNIMA DE VIDA EM GRUPO



Foi Pitágoras quem disse "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos". A Constituição Federal Brasileira, no Art. 205, determina que “A educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Não é segredo de estado que os governos municipais, estaduais e federal cumprem seu papel precariamente uma vez que a educação pública de qualidade ainda está longe de ser realidade. Mas e a família? Qual tem sido a participação de pais e mães na formação dos nossos educandos? Infelizmente muitos tutores irresponsáveis se limitam a transferir para a escola, representante legítima do Estado na função de educar, a tarefa árdua de transformar crianças e adolescentes - sem nenhuma margem de limites e respeito ao próximo – em cidadãos exemplares.
Educar não significa apenas ensinar gramática, matemática e outras matérias antipáticas aos futuros sujeitos atuantes da nossa sociedade. Se estamos mergulhados numa parafernália de violência e resultados negativos quando o assunto é aprendizagem, a família tem uma parcela grande de culpa. Outro dia, num ambiente escolar, um professor solicitou a uma aluna que parasse de conversar, pois estava atrapalhando a correção de exercícios. A adolescente foi incisiva ao retrucar que nunca a mãe havia falado daquela forma com ela, portanto o professor também não tinha direito de falar de tal modo.
Realmente a aluna estava repleta de razão já que a escola não está incumbida de ensinar boa índole, caráter ou boas maneiras àqueles que não foram educados pelos próprios pais. Ainda que os professores exerçam papel de genitores, tios, padrinhos, babá, assistente social, psicólogo, polícia e juiz, esse acúmulo de funções não está determinado em nenhuma lei. A fim de que nossos alunos sejam cidadãos adultos capazes de agir responsavelmente na construção de uma nova sociedade mais justa na prática, a família precisa dar a contribuição legítima no ensinamento de conduta mínima de vida em grupo.

(David Bellmond / Mestre em Estudos Literários / 16 de abril de 2010)

terça-feira, 13 de abril de 2010

CURTOS

O SISO

E eu disse ao dentista:
Preciso extrair esse dente, pois ele está me dando muita dor de cabeça.
Além de muita dor de dente, é claro!


A CIRURGIA

Eu fiz duas cirurgias: uma em São Paulo e outra na orelha.



ARMAZÉM DO GODÔ (DE ENGENHO DO MATO - NITERÓI)

_ O Senhor tem remédio pra rato?
_ E o seu rato está sentindo o quê?

(Homero de Linhares)

P.S.: A falta de inspiração tem me obrigado a escrever bobagens.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A DAMA OU O TIGRE?

A Dama ou o Tigre? (Frank Stockton)



Em tempos remotos, vivia um rei semi-bárbaro, cujas idéias, embora tornadas um tanto brilhantes e sutis pelo progresso dos seus distantes vizinhos latinos, eram ainda opulentas, floridas e arbitrárias, como convinha à metade bárbara da sua natureza.
Era um homem de imaginação exuberante. Além disso, de uma autoridade tão irresistível que, a um simples desejo seu, transmudava em realidade as suas variadas fantasias. Era grandemente dado à auto-determinação: quando entrava em acordo consigo mesmo sobre uma coisa qualquer, essa coisa se podia considerar realizada. Quando todos os membros dos seus sistemas domésticos e políticos se moviam maciamente no rumo indicado, a sua natureza era branda e alegre; mas se acaso surgisse um pequeno impedimento, e um ou outro dos elementos desses sistemas desgarrassem das suas órbitas, ele ainda ficava mais brando e alegre, pois nada lhe agradava mais do que endireitar o que estava torto e destruir qualquer irregularidade.
Dentre as noções importadas, pelas quais o seu barbarismo se havia reduzido à metade, contava-se a arena pública, onde, pelas exibições da valentia humana e animal, os espíritos dos seus vassalos eram aperfeiçoados e cultivados. Mas ainda aqui a fantasia exuberante e bárbara afirmava-se.
A arena do rei fora construída, não para dar ao povo uma oportunidade de ouvir as rapsódias de gladiadores moribundos, nem para habilitá-los a ver o inevitável desfecho de um conflito entre opiniões religiosas e fauces famintas, mas com propósitos muito mais aptos a alargar e desenvolver as energias mentais do povo. Esse vasto anfiteatro, com suas galerias circulares, suas misteriosas abóbadas e suas passagens secretas, constituía um agente de poética justiça, onde o crime era punido ou a virtude recompensada, pelos decretos de uma imparcialidade e incorruptível fortuna.
Quando um vassalo era acusado de um crime de importância tal que pudesse interessar o rei, baixava-se um aviso público, designando o dia em que o destino da pessoa acusada seria decidido na arena do rei. Era uma construção que bem merecia este nome. Embora a sua forma e a sua planta tivessem sido importadas do estrangeiro, o fim a que era destinada provinha unicamente do cérebro desse homem, que não conhecia tradição a que devesse maior lealdade do que agradar a sua fantasia, e que imprimia a cada forma alienígena do pensamento e da ação humana o rico vigor de seu bárbaro idealismo.
Quando todo o povo se encontrava reunido nas galerias, o rei, rodeado pela sua corte, depois de se sentar no seu alto trono, dava um sinal, e uma porta abaixo dele se abria, saindo dela para o anfiteatro o súdito acusado. Diretamente em oposição a ele, no outro lado do espaço fechado, havia duas portas exatamente iguais, colocadas lado a lado. Era dever e privilégio do indivíduo em julgamento caminhar diretamente para essas portas e abrir uma delas. Ele poderia abrir a porta que lhe agradasse; não estava sujeito a nenhuma orientação ou influência, à exceção da própria sorte, imparcial e incorruptível.
Se abrisse uma, sairia dela um tigre faminto, o mais feroz e cruel que tivesse sido encontrado, o qual imediatamente saltaria sobre ele e o faria em pedaços, como punição pela sua falta. No momento em que o caso do criminoso assim se decidia, dolentes sinos ressoavam, grandes lamentos eram lançados por indivíduos alugados para esse fim e colocados nas bordas exteriores da arena. E aquela enorme multidão, de cabeças inclinadas e coração abatido, tomava vagarosamente o caminho de suas casas, lamentando grandemente que uma pessoa tão jovem e bela, ou tão velha e respeitada, tivesse merecido tão horrível destino.
Mas se a pessoa acusada abrisse a outra porta, sairia dela uma dama, a mais adequada à sua idade e condição, que pudesse ter sido escolhida por Sua Majestade entre as suas belas vassalas; e com essa dama ele iria imediatamente se casar, como recompensa de sua inocência. Não importava que ele já possuísse mulher e filhos, ou que seu coração se houvesse comprometido com outra de sua própria escolha: o rei não consentia que tais obrigações viessem a interferir no seu grande plano de retribuição e recompensa.
Como no outro caso, esses atos tinham lugar imediatamente, ainda na própria arena: uma outra porta se abria abaixo do rei, e um sacerdote, seguido por um bando de coristas e de bailarinas, modulando epitalâmios em cornetas douradas, avançava até o lugar onde se achava o par; e o casamento era pronta e alegremente celebrado. Então os festivos sinos de bronze repicavam alegremente, o povo lançava brados de contentamento, e o homem inocente, precedido por crianças que espalhavam flores no seu caminho, conduzia a noiva para a sua casa.
Ora o tigre saía de uma porta, ora de outra. O criminoso não podia saber de que porta sairia a dama. Abriria a que lhe agradasse, sem a menor idéia do que lhe estava reservado para aquele instante mesmo: se iria ser devorado ou casado. Era esse o método semi-bárbaro a que o monarca recorria para administrar justiça. A perfeita retidão do método é evidente.
As decisões desse tribunal eram não somente honestas, mas concretamente executadas: o acusado via-se instantaneamente punido, quando culpado; quando inocente, era recompensado no ato, quer quisesse, quer não. Não havia como escapar aos julgamentos da arena do rei.
A instituição era verdadeiramente popular. Quando o povo se reunia num dos grandes dias de julgamento, nunca sabia se iria testemunhar uma morte sangrenta ou um festivo casamento. Esse elemento de incertezas emprestava à ocasião um interesse que de outro modo não poderia ser atingido. Assim, divertia-se a massa, e a parte pensante da comunidade não poderia acusar o sistema de iníquo; pois não tinha o acusado o julgamento nas suas próprias mãos?

Esse rei semi-bárbaro possuía uma filha, tão bela como as suas mais esplêndidas fantasias, e com uma alma tão ardente e imperiosa como a sua própria. Como acontece em tais casos, ela era a menina dos seus olhos, e ele a amava acima de toda a humanidade. Entre os seus cortesãos havia um jovem com aquela pureza de sangue e vileza de condições, comuns aos heróis de romance que amam as donzelas reais. Essa donzela real estava bem satisfeita com o seu amado, porque ele era belo e bravo, num grau não ultrapassado em todo o reino; e ela o amava com um ardor que possuía o barbarismo suficiente para fazê-lo excessivamente ardente e forte.
O amor desses dois jovens transcorreu feliz durante muitos meses, até o dia em que o acaso levou o rei a descobrir a sua existência. E não hesitou quanto ao que lhe cumpria fazer. O jovem foi imediatamente lançado na prisão, e marcou-se o dia para o seu julgamento na arena do rei. Naturalmente, essa era uma ocasião especialmente importante, e Sua Majestade, assim como todo o povo, estava grandemente interessado no desenvolvimento dessa prova. Jamais ocorrera caso semelhante; jamais havia um súdito ousado amar a filha dum rei. Nos anos posteriores tais coisas tornaram-se bastante comuns, mas então elas constituíam uma espantosa novidade.
As jaulas de tigres do rei foram vistoriadas, a fim de se selecionar o monstro mais feroz para ser levado à arena. E todas as categorias de virgens jovens e belas foram cuidadosamente inspecionadas por juízes competentes, de modo a que o jovem pudesse ter uma noiva conveniente, no caso de a fortuna não lhe reservar diferente destino.
Naturalmente, todos sabiam que ato lhe era imputado: havia-se enamorado da princesa, e nem ele nem ela, ou quem quer que fosse, pensava jamais em negar esse fato. Mas o rei não permitiria que uma circunstância como essa fosse interferir nos trabalhos do tribunal, dos quais ele tirava tão grande deleite e satisfação. Não importava como o fato se processara, o jovem iria privar-se desse amor; e o rei tomaria um prazer estético em observar o curso dos acontecimentos, que determinavam se o moço tinha cometido um erro ou não, ao permitir-se amar a princesa real.
O dia designado chegou. Proveniente de longe e de perto, o povo foi-se reunindo e comprimindo nas grandes galerias da arena; e multidões, impossibilitadas de entrar, amontoavam-se contra as paredes exteriores. O rei e a sua corte achavam-se nos seus lugares, em oposição às portas gêmeas — aquelas portas fatídicas, tão terríveis na sua similitude.
Tudo estava pronto. O sinal foi dado. Uma porta por baixo da bancada real abriu-se, e o namorado da princesa apareceu na arena. Alto, belo, elegante, o seu aparecimento foi saudado com um surdo cochichar de admiração e ansiedade. Metade da assistência não sabia que um tão magnífico jovem pudesse viver entre eles. Não era de admirar que a princesa o amasse! Que terrível situação a dele!
Quando o jovem avançou dentro da arena, voltou-se, como era o costume, para reverenciar o rei; mas ele não pensava absolutamente naquele personagem real; seus olhos estavam fixos na princesa, sentada à direita de seu pai. Não fosse pela metade de barbarismo que entrava na sua natureza, é provável que aquela dama não estivesse ali; mas sua alma intensa e ardente não lhe permitira subtrair-se a um espetáculo que tão terrivelmente lhe interessava.
Desde o momento em que fora divulgado o decreto, segundo o qual seu amado decidiria o próprio destino na arena do rei, ela não tinha pensado em mais nada, noite e dia, senão nesse grande acontecimento e nos vários assuntos com ele relacionados. Possuindo mais poder, influência e força de caráter do que qualquer outra pessoa interessada no caso, ela tinha feito aquilo que nenhuma outra pessoa conseguira: havia-se apossado do segredo das portas. Sabia em qual dos dois compartimentos, que ficavam por detrás daquelas portas, se achava a jaula do tigre, e em qual deles a dama esperava. Através daquelas espessas portas, pesadamente forradas com peles pelo lado de dentro, era impossível que algum ruído denunciador chegasse aos ouvidos da pessoa que se aproximasse para levantar a aldrava de uma delas; mas o ouro e poder de vontade de uma mulher tinham entregue esse segredo à princesa.
Não somente ela sabia em que compartimento estava a dama pronta para aparecer, toda ruborizada e radiante, assim que a sua porta se abrisse, como também sabia quem era a dama. Era uma das mais belas e amáveis donzelas da corte, que havia sido escolhida como recompensa para o jovem acusado, caso ele fosse julgado inocente. E a princesa a odiava. Muitas vezes ela tinha visto, ou imaginado ver, aquela bela criatura lançando olhares de admiração sobre a pessoa do seu amado, e às vezes pensava que esses olhares eram percebidos e até retribuídos. Uma ou outra vez, ela os tinha visto conversando. Conversas que haviam durado apenas um momento, porém muita coisa pode ser dita num breve espaço de tempo. Talvez eles se houvessem ocupado de assuntos de pouca importância, mas como poderia ela sabê-lo? A jovem era adorável, mas tinha ousado levantar os olhos para o amado de uma princesa; e com toda a intensidade do sangue selvagem transmitido através de longas linhagens de ancestrais inteiramente bárbaros, ela odiava a mulher que corava e tremia atrás daquela porta silenciosa.
Quando se voltou para ela e a viu sentada, com a face mais pálida do que qualquer outra no vasto oceano de fisionomias ansiosas que o rodeavam, ele sentiu ao encontrarem-se os seus olhares, pelo poder de rápida percepção que é dado a todos aqueles cujas almas se acham fundidas numa só, que ela sabia atrás de que porta se achava o tigre e atrás de qual delas se encontrava a dama. Ele havia esperado que ela tivesse conseguido saber isso. Compreendia-lhe a natureza, e estava seguro de que ela nunca descansaria, até que se houvesse esclarecido sobre essa coisa que permanecia ignorada de todos os outros espectadores, até do rei. A única esperança que tinha o jovem, de agir de maneira certa e segura, era baseada no bom êxito da princesa em descobrir o mistério; e no momento em que a fitava, percebeu que ela tinha obtido o êxito que ele tanto lhe almejara.
Quando seu rápido e ansioso olhar formulou a pergunta “qual?”, foi para ela tão claro como se, do lugar onde se achava, ele houvesse feito a pergunta em alta voz. Não havia um instante a perder. A pergunta fora feita num relâmpago; deveria ser respondida num outro.
O braço direito da princesa repousava sobre o parapeito almofadado que se estendia à sua frente. Ela levantou a mão, e fez um leve e rápido movimento para a direita. Ninguém, a não ser seu amado, viu esse gesto. Todos os olhos, a não ser os dele, estavam fixos no homem que se encontrava no centro da arena.
Ele voltou-se, e com passo firme e rápido atravessou o espaço vazio. Todos os corações pararam de bater, toda respiração foi suspensa. Sem a menor hesitação, ele dirigiu-se à porta da direita, e abriu-a.
A questão, agora, é esta: Foi o tigre que saiu daquela porta? Ou foi a dama?
Quanto mais refletimos sobre a questão, tanto mais difícil se torna o responder. Ela envolve um estudo do coração humano, que nos conduz através os mais extraviados labirintos de paixões, fora dos quais é difícil achar um caminho. Pense nela, honrado leitor, não como se a resposta à questão dependesse de você mesmo, mas daquela princesa de sangue ardente e semi-bárbara, com a alma aquecida ao branco, sob os fogos combinados do desespero e do ciúme. Ela o tinha perdido. Mas quem o possuiria?
Quantas vezes, nas suas horas de vigília e nos seus sonhos, tinha ela estremecido de desenfreado horror, e havia coberto a face com as mãos, quando pensava no seu amado abrindo a porta, do outro lado da qual o esperavam as garras cruéis do tigre!
Mas vezes sem conta ela o tinha visto na outra porta! Nos seus mortificantes devaneios, tinha rangido os dentes e arrancado os cabelos, ao ver o tremor de arrebatadora satisfação que se apossava dele, quando abria a porta da dama! Como a sua alma ardera na agonia, ao vê-lo lançar-se ao encontro daquela mulher, que ostentava uma face ruborizada e um fascinante olhar de triunfo; ao vê-lo conduzindo-a para fora, com todo o seu corpo abrasado na alegria da vida recuperada; ao ouvir os brados alegres da multidão e o desenfreado e festivo repicar dos sinos; ao ver o sacerdote, com sua alegre comitiva, avançando até onde se achava o par, para fazê-los marido e mulher diante dos seus próprios olhos; e ao vê-los afastarem-se, juntos, pisando o seu caminho de flores, acompanhados pelos tremendos brados da alegre multidão, onde um único grito de desespero — o dela — ficara perdido e afogado!
E aquele terrível tigre, aqueles gritos, aquele sangue! Não seria melhor que ele morresse de uma vez, e que fosse esperar por ela nas bem-aventuradas regiões da sua semi-bárbara vida futura?
A sua decisão tinha sido tomada depois de dias e noites de angustiosa deliberação. Sabia que ele lhe faria aquela pergunta, e tinha decidido o que lhe responderia. Sem a mais leve hesitação, havia movido a sua mão para a direita.
A decisão constitui um ponto que não deve ser levianamente considerado; e eu não me julgo a pessoa capaz de responder à questão. Assim, deixo-a para você, leitor: quem saiu da porta aberta — a dama ou o tigre?


(Frank Stockton)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Este amor (Jacques Prévert)


Este amor

Este amor
Este amor
Tão violento
Frágil
Tão terno
Tão desesperado
Este amor
Tão bonito como o dia
E mau como o tempo
Quando o tempo está ruim
Este amor tão verdadeiro
Este amor tão bonito
Tão feliz
Tão alegre
Tão irônico
Tremendo de medo como uma criança no escuro
Tão confiante
Como um homem tranquilo no meio da noite
Este amor que assusta os outros
Que os faz falar
Que os faz empalidecer
Este amor de espionagem
Porque nós o espiávamos
Perseguidos feridos mortos pisoteados esquecidos negados
Por que temos perseguido ferido matado pisoteado esquecido negado
Este amor um pedaço
No entanto, tão vivo
E tudo ensolarado
E seu
E meu
Ele era o que era
Esta coisa sempre nova
Que nunca mudou
Verdadeiro como uma planta
Esvoaçante como um pássaro
Quente e vivo como o verão
Podemos tanto
Ir e voltar
Esquecermos
E depois dormir de novo
Despertar sofrer envelhecer
Adormecer novamente
Sonhar a morte
Acordar sorrindo e rindo
E rejuvenescer
O nosso amor está lá
Teimoso como um burro
Vivo como o desejo
Cruel como a memória
Seco como o arrependimento
Terno como a memória
Frio como o mármore
Tão bonito como o dia
Frágil como uma criança
que nos olha sorrindo
E nos fala sem dizer nada
E eu tremendo o escuto
E grito
Grito por você
Grito por mim
Eu imploro
Por você, por mim, por todos aqueles que amam
E que são amados
Sim, eu vou gritar
Por você, por mim e por todos os outros
que não conheço
Parado
Onde você está
Onde você esteve em outros momentos
Parado
Não se mova
Não se vá
Nós, que fomos amados
Nós, que fomos esquecidos
Não nos esqueçamos
Não tivemos mais que amor sobre a terra
Não deixemos tornar-nos frios
Embora muito longe ainda
E não importa onde
Dê-me um sinal de vida
Muito mais tarde à margem de uma floresta
Na floresta da memória
Levantemo-nos Agora
Para dar-nos as mãos
E nos salvar.

(Jacque Pévert / Tradução em Português por David Bellmond)



Questo amore

Questo amore
Questo amore
Così violento
Così fragile
Così tenero
Così disperato
Questo amore
Bello come il giorno
E cattivo come il tempo
Quando il tempo è cattivo
Questo amore così vero
Questo amore cosí bello
Così felice
Così gaio
E così beffardo
Tremante di paura come un bambino al buio
E così sicuro di sé
Come un uomo tranquillo nel cuore della notte
Questo amore che impauriva gli altri
Che li faceva parlare
Che li faceva impallidire
Questo amore spiato
Perché noi lo spiavamo
Perseguitato ferito calpestato ucciso negato dimenticato
Perché noi l'abbiamo perseguitato ferito calpestato ucciso negato dimenticato
Questo amore tutto intero
Ancora così vivo
E tutto soleggiato
E' tuo
E' mio
E' stato quel che è stato
Questa cosa sempre nuova
E che non è mai cambiata
Vera come una pianta
Tremante come un uccello
Calda e viva come l'estate
Noi possiamo tutti e due
Andare e ritornare
Noi possiamo dimenticare
E quindi riaddormentarci
Risvegliarci soffrire invecchiare
Addormentarci ancora
Sognare la morte
Svegliarci sorridere e ridere
E ringiovanire
il nostro amore è là
Testardo come un asino
Vivo come il desiderio
Crudele come la memoria
Sciocco come i rimpianti
Tenero come il ricordo
Freddo come il marmo
Bello come il giorno
Fragile come un bambino
Ci guarda sorridendo
E ci parla senza dir nulla
E io tremante l'ascolto
E grido
Grido per te
Grido per me
Ti supplico
Per te per me per tutti coloro che si amano
E che si sono amati
Sì io gli grido
Per te per me e per tutti gli altri
Che non conosco
Fermati là
Là dove sei
Là dove sei stato altre volte
Fermati
Non muoverti
Non andartene
Noi che siamo amati
Noi ti abbiamo dimenticato
Tu non dimenticarci
Non avevamo che te sulla terra
Non lasciarci diventare gelidi
Anche se molto lontano sempre
E non importa dove
Dacci un segno di vita
Molto più tardi ai margini di un bosco
Nella foresta della memoria
Alzati subito
Tendici la mano
E salvaci.

(Jacque Prévert / Tradução em italiano)