SEJA BEM-VINDO!

BEM-VINDO AO MUNDO DA ESCRITA!

EIS AQUI O ESPAÇO VIRTUAL ONDE AS PALAVRAS BUSCAM SE LIBERTAR DO LIMBO.



________________________________________________________

CAROS AMIGOS,

A CARA DO BLOG MUDOU, ENTRETANTO A AVENTURA DE ESCREVER CONTINUA VIVA.

ESTAMOS AQUI À ESPERA DE QUE VOCÊS NOS LEIAM E, SE POSSÍVEL, DEIXEM UM COMENTÁRIO.

ABRAÇO FRATERNO.

(HOMERO DE LINHARES)


_________________________________________________________

AVISO AOS INTERNAUTAS,

A PARTIR DE HOJE, ESTOU AQUI COM HOMERO DE LINHARES, REVEZANDO NA ARTE DA PALAVRA.

GRANDE ABRAÇO.


(DAVID BELLMOND)







segunda-feira, 29 de junho de 2009

EIS A POESIA (6)

ESPERANDO POR MIM

Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero.
Sou tão cínico às vezes,
O tempo todo estou tentando me defender.

Diga o que disserem,
O mal do século é a solidão.
Cada um de nós imerso
em sua própria arrogância
Esperando por um pouco de atenção.

Hoje não estava nada bem,
mas a tempestade me distrai.
Gosto dos pingos de chuva,
dos relâmpagos e dos trovões
E é de noite que tudo faz sentido.
No silêncio eu não ouço meus gritos.

(Renato Russo)

EIS A POESIA (7)

MINHA DESGRAÇA

Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco.

Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro
Eu sei..O mundo é um grande lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.


(Álvares de Azevedo)

EIS A POESIA (8)

VERSOS NEGROS

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...

O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.

(...)
(Castro Alves)

EIS A POESIA (9)

AULA DE PORTUGUÊS

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas da minha ignorância.

Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.

O português são dois; o outro, mistério.

(Carlos Drummond de Andrade)

EIS AQUI A POESIA (10)

ILUSÕES DA VIDA

Quem passou pela vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu;
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.

(Francisco Otaviano / 1825-1889)

domingo, 28 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON: UMA ABERRAÇÃO?

NÓS SOMOS TODOS ABERRAÇÕES NÃO ASSUMIDAS

“No futuro, todos terão 15 segundos de fama”
- Andy Warhol

As pessoas pintam o cabelo, fazem lipo, usam lentes de contato coloridas, furam o corpo para usar brincos, pearcings, gastam dinheiro de todas as formas para modificar a aparência.

Realmente, Michael Jackson era um aberração, diferente de todos nós, que somos meros mortais e nós contentamos com o que somos sem restrição. Difícil é explicar isso para a estupidez de muitos internautas que não conseguem sequer fazer uso da língua materna e se acham no direito de fazer brincadeiras, escárnios com aquele que mudou a cara da música Black no mundo. Outra coisa relevante: esses pobres internautas jamais sequer terão os cinco segundos de fama citados por Andy Warhol. Se aquele menino negro complexado, bonito sem se reconhecer bonito foi uma aberração por mudar exageradamente a sua aparência, todos nós, que não aceitamos algo em nós ou gastamos dinheiro para tornar nossas aparência mais agradável, também somos aberrações. Em menor escala que a de Michael Jackson, mas somos aberrações. Em tributo ao Pop star Michael Jackson, eu compus uma canção-poema e fiz uma versão, ambas tocáveis em violão. Seguem abaixo os dois, além de duas músicas dele cifradas para violão.

(David Bellmond / 26 de junho de 2009)

EU É QUE NÃO MUDO NADA EM MIM

CONFORMADO

D
Estou contente com o meu cabelo duro
Com a minha pele escura
Am
Sem meus dentes pra comer.
D
Não vou pintar o meu cabelo nem furar
Minha orelha para piercing
Nem brinco nem tatuagem
Am
Tenho mais o que fazer.

A
Minha barriga tá do jeito que eu gosto
Não reclamo de imposto
Em
E o governo está bom.
A
Sou brasileiro, sou um cara conformado
Se as coisas dão errado
Em
A culpa é do Sadam.

D
O Michael Jackson aquele nego metido
Querer ter embranquecido
Am
Ter cortado o nariz.
D
Eu não entendo se o mundo é perfeito
Aceitar-se desse jeito
Am
É que me faz ser feliz.

A
Nem abada, nem camisa de roqueiro
Nem cachaça nem maconha
Em
Vai mudar o que eu sou.
A
Bolsa de grife ou camisa de etiqueta
Todo mundo é careta
Em
E acha que se rebelou.

(David Bellmond / 26 de junho de 2009)


Observação: Carllo Carlos que se cuide, pois agora eu também sei fazer "música".

CAIA FORA / BEAT IT

CAIA FORA / BEAT IT

E D
Eles disseram: "nunca mais volte aqui",
E D
"Não quero ver sua cara, melhor desaparecer",
E D
O fogo está nos olhos E as palavras são reais,
E D
caia fora, caia fora,
E D
Melhor você correr, melhor fazer o que puder,
E D
Não queira ver sangue, Não seja um machão,
C D
Você quer ser brigão, então faça o que puder,
E D
caia fora, mas você é muito mau.


REFRÃO:
E D
caia fora, cai fora,
E D
Não queira ser um derrotado,
E D
Rindo e brigando, Mostrando que é forte,
E D
E se não importa quem está errado.
E D
Só caia fora, caia fora,
E D
caia fora, caia fora,

E D
Eles estão lá fora pra receber você,
E D
Não seja uma criança, Seja homem,
C D
Melhor ser um covarde e continuar vivo.
E D
Caia fora, caia fora!
E D
Não precisa dizer do seu susto e do seu medo,
E D
Brincar com sua vida não te faz um X-men
C D
Eles chutam e batem e atiram pra valer
E D
Caia fora! Eles vão matar você!

(Refrão)

(David Belllmond / versão de "Beat it")

MICHAEL JACKSON: BEAT IT!

BEAT IT!

E5 D5
1. They told him don't you ever come around here,
E5 D5
don't wanna see your face, you better disappear.
C5 D5
The fire's in their eyes and their words are really clear,
E5 D5
so beat it, just beat it.
E5 D5
2. You better run, you better do what you can,
E5 D5
don't wanna see no blood, don't be a macho man.
C5 D5
You wanna be tough, better do what you can,
E5 D5
so beat it, but you wanna be bad.
E5 D5
Just beat it, beat it, beat it, beat it,
E5 D5
no one wants to be defeated.
E5 D5
Showin' how funky and strong is your fight,
E5 D5
it doesn't matter who's wrong or right,
E5 D5
just beat it, beat it, just beat it, beat it
E5 D5
Just beat it, beat it, just beat it, beat it.

E5 D5
3. They're out to get you, better leave while you can,
E5 D5
don't wanna be a boy, you wanna be a man.
C5 D5
You wanna stay alive, better do what you can,
E5 D5
So beat it, just beat it.
E5 D5
4. You have to show them that you're really not scared,
E5 D5
you're playin' with your life, this ain't no truth or dare
C5 D5
They'll kick you, then they beat you, then they'll tell you it's fair.
E5 D5
Just beat it, but you wanna be bad.

E5 D5
Just beat it, beat it, beat it, beat it,
E5 D5
no one wants to be defeated.
E5 D5
Showin' how funky and strong is your fight,
E5 D5
it doesn't matter who's wrong or right.

(Michael Jackson)

MICHAEL JACKSON: The way you make me feel

The Way You Make Me Feel

[Intro]
F# E
F# E
F# E
F# E

[Verse 1]
F# E F# E
Hey pretty baby with the high heels on
F# E F# E
You give me fever like Ive never, ever known
F# E F# E
Youre just a product of loveliness
F# E F#
I like the groove of your walk, your talk, your dress

[Pre Chorus]
B A
I feel your fever
B A
From miles around
B A B C#
Ill pick you up in my car and well paint the town
F# E F# E
Just kiss me baby and tell me twice
F# E F# E
That youre the one for me

[Chorus]
(keep repeating F# E)
The way you make me feel
You really turn me on
You knock me off of my feet
My lonely days are gone

[Verse 2]
F# E F# E
I like the feelin you're givin me
F# E F# E
Just hold me baby and im in ecstasy
F# E F# E
Oh Ill be workin from nine to five
F# E F#
To buy you things to keep you by my side

[Pre Chorus]
B A B A
I never felt so in love before
B A B C#
Just promise baby, youll love me forevermore
F# E F# E
I swear Im keepin you satisfied
F# E F# E
cause youre the one for me

[Chorus]
(repeat F# E)
The way you make me feel
You really turn me on
You knock me off of my feet
My lonely days are gone

(Michael Jackson)

sábado, 27 de junho de 2009

O POP STAR NEGRO







MICHAEL JACKSON – O MITO





Não existiu na música pop uma revolução tão constante e visível. Desde que a mídia projetou o fenômeno Michael Jackson, a música pop nunca mais foi a mesma. Nos anos 80, a minha geração ou as gerações anteriores não tinham ainda o hábito da apreciação ao vídeo clipe. Foi com o aparecimento daquele astro orgulhosamente negro que passamos a cultivar, ou mesmo cultuar, o artista, a música, a imagem via FM TV. Havia, no Brasil, até então, apenas um programa de televisão que correspondia ao nosso formato de endeusamento da música jovem. Depois veio a MTV e as similares. Tudo parecia ser uma reprodução das visagens do menino negro que se transformara num astro de primeira grandeza. A mutação já começara a acontecer na substituição daquele cabelo Black Power dos anos 70 para os cabelos encaracolados do jovem afro-americano que encantava meninas e obrigava mancebos do mundo inteiro a imitá-lo: jaqueta preta, calças apertadas, sapatilhas com meias brancas e a dança com movimentos quebrados nos salões de festas.
No meu bairro havia um rapaz que era tão apaixonado pelo mito MJ ao ponto de se vestir, andar e usar cabelo como o dançarino-cantor americano. Não demorou muito para que outras pessoas no bairro fizessem o mesmo. Eu sentia inveja desses adolescentes porque me faltava habilidade para imitar a dança frenética e erótica do momento. O ano era 1982, portanto a Ditadura Militar ainda inspirava pais e primogênitos a uma imposição cultural brasileira. Lá em casa não era diferente. Meu irmão mais velho me proibiu de ouvir as músicas Beat It, Billie Jean e Thriller (hits que mais tocavam nas rádios AM e FM de Oiapoque a Xuri). Meu irmão militar dizia que aquilo era música de doido; que ouviu falar sobre jovens que dançavam com a cabeça apoiada no chão; que e polícia prendera um grupo de rapazes vestidos como Michael Jackson e eram todos bandidos.
Eu era batista tradicional na época e tinha medo de assumir que o mito também me impressionava. Ganhei uma jaqueta preta. Dois amigos meus também tinham jaquetas pretas. Formávamos a turma dos Feras: eu, Paulo, Pedro, Quino. Uma amizade que duraria até os dias atuais se Paulo não tivesse ido para os Estados Unidos, Quino não tivesse virado polícia e Pedro não tivesse se suicidado. A amizade não acabou, mas nos afastamos muito depois que o rock nacional modificou a nossa forma de rebeldia. Certa vez, íamos a um culto na igreja batista e a polícia nos parou por causa das nossas vestes iguais ao do astro pop MJ. Roni também estava conosco e foi o que mais temeu que a polícia nos prendesse por causa daquela imitação barata de cultura norte-americana. Roni foi repreendido por mim e eu o tranqüilizei, dizendo que não tínhamos cometido nenhum crime. O policial mais carrancudo fez questão de me dar uma porrada nas costas e mandar que eu me calasse. A agressividade não foi suficiente para mudar meus costumes.
Hoje sei que Michael Jackson, de alguma forma, contribuiu para que eu elevasse a minha estima de negro que não se aceitava como tal. Ainda não consegui aceitar a perda como se ele fosse uma pessoa bem próxima, quase real, quase parente. Falem bem ou falem mal , todos falam do nosso pop star negro. Resta-me agora ouvir as canções que ficaram e que marcaram a minha adolescência como se ele não morresse nunca.

(David Belllmond / 25 de junho de 2009)


Observação: O desenho é de Kenedy Martins, que mora em Porto de Santana - Cariacica - ES.

Amigo...?

NOVA CANÇÃO DA AMÉRICA

Amigo?
Amigo é o carai...
Amigo não fura o zói...
Amigo não se corrói
Quando o outro se dá bem.
Amigo não faz desdém
E nem finge tolerância.
Amigo não tem inveja,
Raiva ou desconfiança...
Amigo não diz aquilo
Que não queria ouvir
Amigo não se aproveita
Nem diz coisas pra ferir...

Amigo é o escambau...
Amigo não mete o pau
Quando outro se afasta,
Nem revela os defeitos
Repleto de preconceitos.

Amigo, uma pinóia...
Quem tem alma de jibóia
E fome de urubu
Não pode ter amizade.
Quem chora igual crocodilo,
E espreita igual leão
Não consegue ser amigo.
Nem precisa ter irmão.

Amigo, se me dissessem
Que você não vale nada,
Eu sequer escutaria
O furor de almas penadas.

Amigo, eu colocaria
Por você as mãos no fogo.
E o que faria por mim:
Poria minha mãe no fogo?

Que merda de amigo é você
Que não sabe se proteger
Nem protege quem lhe ama?
Amigo, quem lhe engana
Não sou eu. É você mesmo
Que crê ingênuo, coitado,
Mentindo ao mundo a esmo,
Que o meu peito difamado
Com o tempo não saberia
Da sua falsa alegria
Quando me vê e me diz
O quanto o deixo feliz
Por nossa longa amizade.
Nem amigos, nem compadres
Dá mesmo pra gente ser.
Porque eu não sinto prazer
De ferir meu semelhante
E quem faz isso me enoja.
Amigo, a sua corja
Não é a mesma da minha.
E é melhor viver solitário
Que entre ervas daninhas.

(David Bellmond / 24.06.09)

sábado, 20 de junho de 2009

DESABAFO À SENHORITA KRÊURIS

UM PEDAÇO DO SEU SER

Não quero mais sentir saudades de você.
O que eu quero mesmo é viver
ao seu lado os dias que me restam
nesta vida que já não presta
se não for pra lhe amar.

Não quero mais lhe telefonar
e planejar momentos passageiros
e ficar o dia inteiro
só sonhando com o que vem.
Senhorita, seu amor me convém

Como convém a um barco pelas ondas velejar.
Eu sou o barco e você é o mar.
Não quero sentir mais essa fome
Que sinto de gritar seu nome
E beber do seu olhar.

Acho que preciso de você
No meu dia-a-dia a todo instante.
Não quero mais ser o seu amante,
Eu quero ser doravante
Um pedaço do seu ser.

(Homero de Linhares /07.06.09)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ESPERANDO VOCÊ 1

SENHORITA KRÊURIS (PARTE II)

Deu-me vontade de te ligar à meia-noite
E arrumar uma desculpa esfarrapada
Para ouvir a sua voz uma só vez
Mas tive medo de que um outro homem
Me atendesse e perguntasse quem eu era
E eu não teria coragem de esconder:
Eu sou um louco no meio da madrugada
Querendo apenas dizer à minha amada
Que eu não durmo de amor e de ciúme.

Nesses malditos e longos fins de semanas
Como eu odeio não te ver nem te falar.
Como eu te amo, Linda Senhorita K.
Deixa-me ser ao menos o seu bibelô.
Não necessita nem mesmo me dar amor
Basta me ter, basta me ouvir, basta me olhar.

(Homero de Linhares / 07.06.09)

ESPERANDO VOCÊ 2

UM PEDAÇO DO SEU SER

Não quero mais sentir saudades de você.
O que eu quero mesmo é viver
ao seu lado os dias que me restam
nesta vida que já não presta
se não for pra lhe amar.

Não quero mais lhe telefonar
e planejar momentos passageiros
e ficar o dia inteiro
só sonhando com o que vem.
Senhorita, seu amor me convém

Como convém a um barco pelas ondas velejar.
Eu sou o barco e você é o mar.
Não quero sentir mais essa fome
Que sinto de gritar seu nome
E beber do seu olhar.

Acho que preciso de você
No meu dia-a-dia a todo instante.
Não quero mais ser o seu amante,
Eu quero ser doravante
Um pedaço do seu ser.

(Homero de Linhares /07.06.09)

ESPERANDO VOCÊ 3

SENHORITA KRÊURIS (PARTE II)

Deu-me vontade de te ligar à meia-noite
E arrumar uma desculpa esfarrapada
Para ouvir a sua voz uma só vez
Mas tive medo de que um outro homem
Me atendesse e perguntasse quem eu era
E eu não teria coragem de esconder:
Eu sou um louco no meio da madrugada
Querendo apenas dizer à minha amada
Que eu não durmo de amor e de ciúme.

Nesses malditos e longos fins de semanas
Como eu odeio não te ver nem te falar.
Como eu te amo, Linda Senhorita K.
Deixa-me ser ao menos o seu bibelô.
Não necessita nem mesmo me dar amor
Basta me ter, basta me ouvir, basta me olhar.

(Homero de Linhares / 07.06.09)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

DIÁLOGO NO MSN

DIÁLOGO EM EMESENÊS – A LINGUAGEM DO MSN

Boa noite, amor!
Pq vc demorou?
Estou aki esperando
Já naum sei desde quando.

Estava com saudade.
Vc eh pura maldade
De naum me permitir
Estar aí contigo.

Pq temer o perigo?
Amor, preciso dormir!
Por favor, naum vá embora.
Por favor, naum vá agora.

Me deixa ao menos dizer
Que eu sonho com você
De noite e acordado.
Amor, está ocupado?
Tc com outra pessoa?

Boa noite, amor!
Preciso por
Minha filha pra dormir.
Perdoa se a internet cair
Ou o MSN falhar...

KKKKK
Rir pra não chora.
Rê rê rê rê rê
Ganhar eh perder.

(David Bellmond / 17.06.09)

MUSIC FOR YOU 1

Meu Ébano

É você é um negão de tirar o chapéu
Não posso dar mole se não você ... creu
Me ganha na manha e babau,
Leva meu coração.

É, você é um Ébano lábios de mel
Um príncipe negro, feito a pincel
É só melanina cheirando a paixão.
É, será que eu cai na sua rede ainda não sei
Sei não, mas to achando que já dancei
Na tentação da sua cor

Pois é, me pego toda hora querendo te ver
Olhando pras estrelas pensando em você
Negão eu to com medo que isso seja amor.
Moleque levado, sabor de pecado, menino danado
Fiquei balançada, confesso, quase perco a fala
Com seu jeito de me cortejar
Que nem mestre-sala.

Meu preto retinto, malandro distinto
Será que é instinto.
Mas quando te vejo enfeito meu beijo, retoco o baton
A sensualidade da raça é um dom
É você, meu ébano é tudo de bom!!!

(ALCIONE)

MUSIC FOR YOU 2

Não me deixe só

Não me deixe só
Que eu tenho medo do escuro,
Tenho medo do inseguro,
Dos fantasmas da minha voz.

Não me deixe só,
Tenho desejos maiores,
Eu quero beijos intermináveis,
Até que os olhos mudem de cor...

Não me deixe só,
Que eu saio na capoeira,
Sou perigosa sou macumbeira,
Eu sou de paz eu sou do bem, mas...

Fique mais,
Que eu gostei de ter você,
Não vou mais querer ninguém,
Agora que sei quem me faz bem.

Não me deixe só,
Que meu destino é raro,
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor.

Fique mais,
Que eu gostei de ter você,
Não vou mais querer ninguém,
Agora que sei quem me faz bem.

Não me deixe só,
Que meu destino é raro,
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor.

(VANESSA DA MATA)

MUSIC FOR YOU 3

Paixão

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os ohos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo o que se quer
Ah! Esse maldito fechecler
De repente a gente rasga a roupa e uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo tudo o que vier eu topo
Tudo o que vier vem bem
Quando bebo perco o juízo não me responsabilizo
Nem por mim nem por ninguém
Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Essas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar
Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou.

(KLEITON E KLEDIR)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O AMOR: IRMÃO DA LOUCURA




Obs. : Desde épocas remotas que o amor tem feito suas vítimas. Para iniciar esse passeio pelas trevas densas do amor (que às vezes parece nos conduzir à luz), o primeiro palestrante é o mestre Drummond, depois Fernando Pessoa, seguimos com Bellmond e encontramos Homero no meio do caminho. Atente à sequência dos poemas e previna-se desse mal de amar, que tantas almas humanas tem conduzido à morte. Amor e morte - binômio inseparável.


CONFRONTO


Bateu Amor à porta da Loucura.
"Deixa-me entrar - pediu - sou teu irmão.
Só tu me limparás da lama escura
a que me conduziu minha paixão."

A Loucura desdenha recebê-lo,
sabendo quanto Amor vive de engano,
mas estarrece de surpresa ao vê-lo,
de humano que era, assim tão inumano.

E exclama: "Entra correndo, o pouso é teu.
Mais que ninguém mereces habitar
minha casa infernal, feita de breu,

enquanto me retiro, sem destino,
pois não sei de mais triste desatino
que este mal sem perdão, o mal de amar."

(Carlos Drummond de Andrade)



O AMOR QUANDO SE REVELA...
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar
Sabe bem olha p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Para saber que estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(Fernando Pessoa)

1. AMORES QUE ENLOUQUECEM





(Homero de Linhares/ 12.06.09)

2. AMORES QUE APRISIONAM






CARTA A UM AMOR PROIBIDO (ALGEMADOS)


Meu doce amor proibido, há um lado meu que você não conhece e eu nunca tiver oportunidade de falar por causa da felicidade que você me trouxe, permitindo-me lhe amar. Talvez você já tenha até percebido, mas eu nunca senti vontade de falar para não lhe magoar. Acho que é hora de você, meu grande amor, porque não quero que acredite que sou a pessoa mais feliz do mundo. E eu não sou.
Há um lado triste em mim que, de vez em quando, se revela e eu sofro para superá-lo. Nessas datas como "o dia dos namorados" acabam por descobrir meu alter-ego por ver tantas pessoas felizes e acreditando no amor. Não sei de quem é a culpa nem sei se há culpa de alguém. Acho que, por ter a sensibilidade à flor da pele, me sinto deprimido por ver um mundo em que as pessoas se conformam com tudo. Se você diz que eu sou uma pessoa revoltada, subversiva, eu o sou por não concordar com muita coisa que existe em nosso meio, por ver tanta gente fingindo ser feliz quando a felicidade ainda está distante. Será que é preciso representar um personagem que agrade à sociedade para se viver em paz? Veja o meu e o seu caso, por exemplo, ao fingirmos que somos felizes vivendo nossas vidas de maneira exemplar com filhos e dizendo mentiras a quem diz nos amar. Não me refiro a eu e você, mas a mim e a pessoa que vive comigo e a você e a pessoa que está ao seu lado. Será que é preciso que pensemos como a maioria para agradar ao mundo? Será que é preciso anular o nosso verdadeiro sentimento para não haver guerra, morte e fim do mundo?
Ora, eu vejo tantos amigos meus sendo "felizes" com seus amores assumidos e não correspondidos que temo me tornar igual a eles. Por que será que é mais fácil viver fazendo aquilo que a maioria faz? Se a verdade deve estar acima de tudo, a verdade é que eu lhe amo e você também me ama apesar de não assumirmos isso publicamente. Meu amor, sou uma pessoa triste desde minha adolescência. Será que você veio para ser a razão da minha alegria e para sustentar aquilo com que sonho? Posso contar com você para continuar lutando contras as coisas com que não concordo? Você será meu bálsamo para aliviar minha dor nos meus dias repletos de desilusão, dentro de um mundo que prefere viver de aparências. Ou você ignora que eu seja um poeta e que poetas vivem imersos em sonhos e perdidos em reclamações? Sou eu o poeta que cria mundos alternativos para fugir da hipocrisia em que vivo. Poetas são seres inconformados e tristes, trasnformar o mundo a cada instante e morrem insatisfeitos no meio de tantos vendavais que sopram contra suas crenças. Você ama só a mim ou está pronta para amar o poeta e seu sonho? Dois seres em mim lhe amam. Será que você pode amar os dois? Nessa tristeza do dias dos namorados, nasci parta ser derrotado pelo sentimento maior dos seres que preferem amar sem complicações, sem canções de amor verdadeiras, que assumam o amor secreto que há dentro de cada um de muitos de nós, principalmente eu e você. Resta-me saber se você ama um homem-poeta que é triste/sorumbático/melancólico/mais triste do que você imagina e que acredita que você é a razão de viver. Por isso estamos algemados um ao outro desde que nos conhecemos.
Beijos do homem-poeta triste que lhe ama.

(Homero de Linhares / 12.06.09)

4. AMORES QUE FINDAM

CARTA SUICIDA A UM AMOR PERDIDO

Não se espante se um dia
Ouvir soar pela noite
Meu brado de agonia;
É que não causou efeito
Esconder dentro do peito
Toda dor que eu sentia.

Não se espante se acaso
Ouvir dizer que enlouqueci
Ou que me encontro entrevado;
É que minha vida sem você,
Sem sua voz, é tão normal
Que ainda vai me enlouquecer,

Não se perturbe se um dia
Alguém disser que eu morri;
É que a falta de quem amo,
Este espectral vazio de ti,
Matou todos os meus planos.

E é bem capaz que eu morra
Antes que eu fique louco,
Mas guarde mim um pouco
Pra que eu não morra de vez.

Não deixe que outros pensem
Que morri por ser covarde.
Morri porque te amava tanto
E nunca entendi seu alarde.
Descobri que sem minha amada
Minha cruz é mais pesada.
Pena que descobri tarde.

Pena que agora a distância
Aumenta paralela à dor.
Quanto mais sinto sua falta,
Mais te perco, meu amor,
E mais ainda o tempo passa.

(David Bellmond /12.06.09)

3. AMORES QUE NÃO SÃO CORRESPONDIDOS






CARTA-RESPOSTA DE UM AMOR PROIBIDO

POEMA DE AMOR EM LINHA RETA (ALGEMADOS)
“Todos as cartas de amor são ridículos”
(Álvaro de Campos)


Não fica triste se a cicatriz que eu fiz em seu peito demorar a sarar é que eu não podia fingir que a alegria que você sentia também era minha e eu não podia te dar nada além de um tiro na esperança agonizante de quem me amou um instante e versejou por um suspiro aquilo que eu não pretendia. Eu prefiro ficar sozinha do que me dar a quem não amo e ver você fazendo planos para um amor que não morreu porque nunca aconteceu. Se foram só meus olhos de ressaca que te provocaram tanta sede, tantas mulheres há por aí que podem te sorrir em troca de um afago, mas eu não. Eu trago no peito um amor nunca resolvido, meio inseguro, meio bandido e eu duvido que consiga me desvencilhar das armadilhas desse amor que há anos me protege. E vem você e me elege como a mais divina mulher...o que é que você quer? Fazer eu me sentir culpada quando me diz que me sonha toda madrugada? Fazer eu me sentir perversa quando me manda os seus versos afogados em meu olhar? Eu já não posso acreditar em amores tão repentinos e você diz que desde que me viu me amou e nunca teve mais do que amores dolorosos e breves e que eu sou sua escolhida para passar o resto da vida ouvindo a sua poesia. Que monotonia, você cantando para mim e eu querendo ver se o amor que você sente tem um fim. Ora, ame-se e acredite que o seu lirismo foi ao limite do que poderia sentir e escrever e ver e ler tudo que o meu olhar transmite. Ame-se e pense que é melhor amar alguém por um instante do que nunca amar, inda que o amor passageiro nunca seja seu por inteiro, inda que eu não te retribua a mesma lua, o mesmo sol que fiz brilhar no seu bemol. Cante qualquer canção de ira, que talvez isso te inspira a outro amor depois do meu, porque o meu, meu caro amigo, não poderá nunca morrer, ou sequer te fará sofrer, pois ele na verdade nunca em mim nasceu.


(Senhorita Krêuris /12.06.09)

5. AMORES TRÁGICOS I





DESFECHO PASSIONAL

Sonhei que havia encontrado
O meu verdadeiro amor,
Era uma paixão ardente
Que fazia brotar flor
No meu deserto de mágoas.

Sonhei que o meu amor
Me enviava mil telegramas
Dizendo o quanto me quer,
Dizendo o quanto me ama
Em embalagens de bombons.

Sonhei que eu escrevia versos
Para alegrar a minha amada,
Eu tolo feito criança
Crendo em contos de fadas
Com meus versos abestalhados.

Acordei em um pesadelo
Neste charco que me sufoca.
Vê que o meu sangue se esvai
E aquela minha paixão louca
Foi quem me tirou a vida.

Queria que me revelasses,
Transeunte que me observa,
Se foi o amor demasiado
Que me conduziu às trevas
Ou o amado da minha amada.

(Homero de Linhares / 12.06.09)

6. AMORES TRÁGICOS II

POEMA EXTRAÍDO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL

Eram dois vizinhos que mal se olhavam.
Antes da amizade tornaram-se amantes.
Cotidianamente, sorrateiramente,
Amavam-se cegos, sempre e bastante.

Ela, recalcada; ele, possessivo.
Ela era casada; ele, professor.
O marido, homem calado e decente,
Suspeitoso dos perigos do amor,

Pediu à esposa em ímpar descrição,
Aquela Capitu entregue aos cafezais,
Que Virgília fosse com cara de Amélia,
Messalina seja sem se dar demais.

Depois se diria à boca miúda
Que, além do amante e do zeloso esposo,
Deveria haver um terceiro afeto
A presentear-lhe anéis e mais gozo.

Foi o que disseram testemunhas tantas
Aos policiais quando nefasto Eros
Armou-se de pedras, faca e combustível,
Cansado talvez de ser simples arqueiro.

Implorando um basta àquela vida dupla,
Ela quis findar a traição permitida.
E ele não aceitou ser o descartado.
Se alguém vai ceder, que seja o marido.

Ela, com a mesma dissimulação
Com que convencia o esposo permissivo,
Fez o amante crer que faria o outro
Dar fim ao matrimônio estável e lascivo.

Brindaram com risos e vinho barato
À paixão que agora era amor eterno.
Ele desejoso de levá-la ao céu,
Ela desejando conduzi-lo ao inferno.

E entregou-se toda pela última vez,
Após deu-lhe vinho com lexotan
E ele caiu frágil num canto da sala
E ela gargalhava, fútil cortesã.

Abriu-lhe o crânio com uma pedra aguda
E furou-lhe o peito que há pouco amara,
Alargou-lhe a boca com lâmina cega,
Incendiou o amado sem usar metáforas.

Arrastou o corpo para a noite escura
E a cada gemido do defunto amante
Ela com a faca já ensangüentada
Talhava-lhe o pescoço vociferante:

Eu não te avisei que o desejo acabou?
Por que não me ouviu sem usar artimanha?
Já que você não quer mais sair de mim
Eu extirpei você das minhas entranhas.

E o corpo sepultou numa cova rasa
Feita às pressas naquele cafezal
E ela confessou fria à polícia
Que apenas fora um rito de amor banal.

(David Bellmond / 26.09.08)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

7. AMORES TRÁGICOS III






PEDRINHO BLUES

Numa manhã de chuva
Eu me suicidei
E matei meu amor
Não matei, mas matei.
Se o amor não morreu
Quem morreu fomos nós
E morremos juntinhos.
Felicidade atroz.

Meus amigos não tinham
Uma palavra de paz.
Ela me abandonou,
Não me amava mais.
Eu já não suportava
Tamanha solidão
E me vi tresloucado
Com uma arma na mão.

Matei meu abandono,
Matei quem eu amava.
Nossos corpos velados,
Quanta gente chorava.

Mães, irmãos e amigos,
Parentes desesperados
Chorando sobre os caixões
De amantes desenganados.

Eu sempre fui sereno
E de riso absorto.
Eis-me agora gritando,
Ouçam a voz de um morto:
Se o amor mata a gente
Ou matamos o amor,
Melhor é não amar
E viver só em dor.

(David Bellmond / 07.09.99)


Obs.: Este poema foi escrito há dez, alguns meses após um grande amigo meu provocar uma tragédia (quase no sentido literário) em nome do ciúme que ele acreditava ser amor. Pedro tirou a vida da mulher que ele amava e depois se matou na praia de Camburi, em Vitória - ES, no dia 08 de junho de 1999, alguns dias antes do dia dos namorados. Perdi duas pessoas muito amadas no mesmo dia. Foram-se os dois e ficou o poema.

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


VALSA PARA GELMA

Quero,
Nesse dia de graça,
Sob o som de uma valsa
Te trazer de presente
Perfumes e sementes
Das flores mais coloridas.

Quero,
Nesse dia de vida,
Te cantar as canções
Que falam da caridade,
Do amor, da bondade
Que há nos corações
Dos Que amam a Jesus.

Quero,
Nesse dia de luz,
Garimpar diamantes
E enfeitar tais brilhantes
Com a luz do teu olhar.

Mas as flores com o tempo
Se desbotam e o perfume
Se evapora no ar;
As valsas e as canções
São esquecidas nos salões
Depois de se dançar.
E as pedras de valor?
Eu não tenho sequer
Um anel de camelô.

Quero,
Nesse dia sem par,
Te prestar homenagens
Com o meu coração.
Se aceitar de bom grado,
Trago em minha bagagem
Toda minha amizade
E meu amor de irmão.

Feliz seria
A cidade
Se pudesse
Nesse dia
Desejar felicidade
À menina dos seus olhos
Que surge em sua poesia,
E diante de tanta beldade
Nem enxergo os horrores
E as muitas atrocidades
Que enfeiam sua cidade,
Mas se hoje toda cidade
Te pudesse levar flores
Feliz seria
E diria
Para sempre feliz idade
E em dobro felicidade.

(David Bellmond / 12. 06. 09)

terça-feira, 9 de junho de 2009

POEMA PARA NAMORADOS (1)


Obs.: Os poemas que seguem abaixo abordam o mais nobre tema na poesia desde que o homem aprendeu a lidar com a arte da palavra (didaticamente falando: a literatura). Óbvio que há outros autores ilustres que deveriam figurar aqui (como Camões e o "Amor é fogo que arde sem se ver", Castro alves com a sua "Teresa", Vinícius com seus sonetos, entre outros tantos), todavia dei preferência a poesias mais oportunas, a começar pelo poeta baiano "Boca do Inferno" e o "Pica-flor" que tanto sucesso faz desde 1600. Espero que as poesias lhe agradem. Caso contrário, escreva seus próprios poemas.


PICA-FLOR

Se Pica-Flor me chamais,
Pica-Flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
Se no nome que me dais,
Metei a flor que guardais
No passarinho melhor!
Se me dais este favor,
Sendo só de mim o Pica,
E o mais vosso, claro fica,
Que fico então Pica-Flor.

(Gregório de Matos e Guerra)


Em tempo: Esses mesmos poemas podem ser lidos no blog de David Bellmond: www.davidbellmond.blogspot.com

segunda-feira, 8 de junho de 2009

POEMA PARA NAMORADOS (4)






POR QUE NÃO DIGO QUE TE AMO

Só não te digo que te amo
porque você não me compreenderia
se eu dissesse que te amo
como amo minha poesia.

Se eu te disser o quanto te amo
pode querer me ignorar
porque sei que há muitos nomes
que já juraram te amar.

pai, mãe, irmãs, amigos e amigas
e outros que você ignora
carecem tanto do seu amor
por esta escura estrada à fora.

mas me contento em te ter por perto
e dividir sua atenção
com todo mundo que te implora
o seu olhar, sua compaixão.

(David Bellmond / 12.06.09)

POEMA PARA NAMORADOS (5)








DE QUE VOCÊ MAIS PRECISA



Você é aquele mulher
para quem um poeta qualquer
deveras conseguiria
fazer poesia.
Bastou que eu me lembrasse
Da beleza da sua face
E escrevesse esses versos
Escritos com meu apreço
E com clara dedicação
À sua aparição
Nesse meu mundo cinza.
Amante, amado ou marido
Sabem que o seu sorriso
Enfeitiça outros homens?
Quem sabe eles precisam
Redescobrir tudo aquilo
De que você mais precisa?

(Homero de Linhares / 25.11.08)

POEMA PARA NAMORADOS (6)




Obs.: A imagem acima veio no encarte da minha fatura da Riachuelo. Achei interessante reproduzi-la junto a um tema tão recorrente na poesia: O amor (ainda que de forma tão despudorada). O mestre Drummond mais uma vez mostra seu brilhantismo na arte da lira e do erotismo. Apesar de tanto atrevimento, os versos são perfeitos com decassílabos italianos num soneto bem acabado. Rimas, sons e imagens de um grande poeta.








NÃO QUERO SER O ÚLTIMO A COMER-TE

Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde

em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde

a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intata, renascida,

para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema.


(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 7 de junho de 2009

POEMA PARA NAMORADOS (7)






UM PEDAÇO DO SEU SER

Não quero mais sentir saudades de você.
O que eu quero mesmo é viver
ao seu lado os dias que me restam
nesta vida que já não presta
se não for pra lhe amar.

Não quero mais lhe telefonar
e planejar momentos passageiros
e ficar o dia inteiro
só sonhando com o que vem.
Senhorita, seu amor me convém

Como convém a um barco pelas ondas velejar.
Eu sou o barco e você é o mar.
Não quero sentir mais essa fome
Que sinto de gritar seu nome
E beber do seu olhar.

Acho que preciso de você
No meu dia-a-dia a todo instante.
Não quero mais ser o seu amante,
Eu quero ser doravante
Um pedaço do seu ser.


(Homero de Linhares /07.06.09)

POEMA PARA NAMORADOS (8)




O AMOR SECRETO É COMO UM RIO ESCURO


O amor secreto é como um rio escuro
no qual mergulhas sem saber se emerges
e quanto mais fundo mais nos fascina
e esse segredo nos mata e protege.

Tenho tanto medo do mar e amar
Que quero entrar no rio e o medo
Controla meu pulsar e minha vontade
De revelar a todos meu segredo.

O amor secreto é como um estranho rio
Em que me banho sem saber se posso
Lavar meu corpo sem correr o risco

De me sujar ainda mais nas águas
Que às vezes se travestem de prazer
E outras vezes se revelam mágoas.


(Homero de Linhares / 02.06.09)

POEMA PARA NAMORADOS (10)




SENHORITA KRÊURIS  (PARTE II)

Deu-me vontade de te ligar à meia-noite
E arrumar uma desculpa esfarrapada
Para ouvir a sua voz uma só vez
Mas tive medo de que um outro homem
Me atendesse e perguntasse quem eu era
E eu não teria coragem de esconder:
Eu sou um louco no meio da madrugada
Querendo apenas dizer à minha amada
Que eu não durmo de amor e de ciúme.

Nesses malditos e longos fins de semanas
Como eu odeio não te ver nem te falar.
Como eu te amo, Linda Senhorita K.
Deixa-me ser ao menos o seu bibelô.
Não necessita nem mesmo me dar amor
Basta me ter, basta me ouvir, basta me olhar.

(Homero de Linhares / 07.06.09)