SINESTESIA
A poesia se sente pelo tato,
não pelo rótulo
que leva o livro
ou mesmo o título
de quem se diz douto,
mas é roto.
A poesia
se sente pelo olfato
e não pelo fato
de se ter lido Drummond
ou o Sorriso do
lagarto.
A
poesia se sente pela visão
e não pela mão
cravejada de brilhantes
que escreve o
poema bajulação.
A
poesia se sente pelo paladar
e não para dar satisfação
a quem quer que seja
e
que exige o artefato de quem verseja.
A
poesia se sente pelo aroma
e não pela glória
escrita com sangue
pelos soldados
de Roma.
A
poesia se sente pela alma
que unifica todos os sentidos
num consenso sem
sentido.
Fujo
da arte que me move,
todavia ela me conduz
por toda a vida e,
até a morte...
Amem...
E
amém.
David Batista
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