
O INFERNO DE DANTE E A SALA DE AULA
Dante, o poeta italiano, disse que, quando chegou à porta do inferno, encontrou uma placa dizendo: Deixem as esperanças do lado de fora aqueles que entram. A sala de aula não é um inferno totalmente, mas deveria estar escrito lá, logo na entrada: Deixem as desesperanças do lado de fora aqueles que entram. Ou então: deixem a preguiça, o descaso, a falta de sonhos em casa ou na praça. O que tenho visto em sala de aula, como em anos anteriores, adolescentes e jovens que vão à escola porque não têm nada de mais interessante para fazer.
Desse forma, a aula, que deveria ser algo mais descontraído ou algo prazeroso, torna-se um espaço de autoritarismo, de cumprimento de regras, de estresse para o professor e de lazer para muitos alunos desinteressados. Faz-se tudo em sala de aula, menos aprender e discutir idéias que possam propiciar o desenvolvimento do raciocínio humano. As reuniões de professores é um momento em que pedagogos discutem meios de punição e controle do comportamento do professor ante o desinteresse dos educandos e jamais de compartilhamento de experiências boas que possam funcionar em nossa escola.
Será que é tão difícil assim tornar a escola um ambiente de aprendizagem e de aproveitamento cultural e intelectual para nossos adolescentes e jovens? Para se conseguir dar aula, é preciso que o professor mostre primeiro seu dom de domador para depois colocar em prática a lição do dia. A pedagoga da minha escola me diz eu os meus alunos precisam aprender a ler e escrever, uma vez que mais de 10 anos na escola não foram suficientes para que eles aprendessem. E eles querem aprender alguma coisa? Sala de aula é lugar de se brincar, gracejar com os colegas e te ofendê-los, mas aprender é algo doloroso para nossos alunos.
Paulo Freire, Içami Tiba e outros entendidos do assunto são homens do milênio passado. A educação que eles pregam não é mais viável em nossos dias. Na época de Paulo Freire existia a opressão praticada pelos militares e pelos nossos pais. Ninguém abria a boca durante a lição com medo de tudo. Por isso a existência da “Pedagogia do Oprimido”. Hoje a nossa realidade é outra. Aquele que diz que a baixa qualidade do ensino é culpa da incapacidade do professor deveria assumir minhas turmas ao menos por uma semana para saber o que é purgatório aqui na terra. Principalmente as turmas compostas por adolescentes. Ser teórico é fácil, difícil é ser educador na prática.
(Homero Linhares / 08 de abril de 2009)
Dante, o poeta italiano, disse que, quando chegou à porta do inferno, encontrou uma placa dizendo: Deixem as esperanças do lado de fora aqueles que entram. A sala de aula não é um inferno totalmente, mas deveria estar escrito lá, logo na entrada: Deixem as desesperanças do lado de fora aqueles que entram. Ou então: deixem a preguiça, o descaso, a falta de sonhos em casa ou na praça. O que tenho visto em sala de aula, como em anos anteriores, adolescentes e jovens que vão à escola porque não têm nada de mais interessante para fazer.
Desse forma, a aula, que deveria ser algo mais descontraído ou algo prazeroso, torna-se um espaço de autoritarismo, de cumprimento de regras, de estresse para o professor e de lazer para muitos alunos desinteressados. Faz-se tudo em sala de aula, menos aprender e discutir idéias que possam propiciar o desenvolvimento do raciocínio humano. As reuniões de professores é um momento em que pedagogos discutem meios de punição e controle do comportamento do professor ante o desinteresse dos educandos e jamais de compartilhamento de experiências boas que possam funcionar em nossa escola.
Será que é tão difícil assim tornar a escola um ambiente de aprendizagem e de aproveitamento cultural e intelectual para nossos adolescentes e jovens? Para se conseguir dar aula, é preciso que o professor mostre primeiro seu dom de domador para depois colocar em prática a lição do dia. A pedagoga da minha escola me diz eu os meus alunos precisam aprender a ler e escrever, uma vez que mais de 10 anos na escola não foram suficientes para que eles aprendessem. E eles querem aprender alguma coisa? Sala de aula é lugar de se brincar, gracejar com os colegas e te ofendê-los, mas aprender é algo doloroso para nossos alunos.
Paulo Freire, Içami Tiba e outros entendidos do assunto são homens do milênio passado. A educação que eles pregam não é mais viável em nossos dias. Na época de Paulo Freire existia a opressão praticada pelos militares e pelos nossos pais. Ninguém abria a boca durante a lição com medo de tudo. Por isso a existência da “Pedagogia do Oprimido”. Hoje a nossa realidade é outra. Aquele que diz que a baixa qualidade do ensino é culpa da incapacidade do professor deveria assumir minhas turmas ao menos por uma semana para saber o que é purgatório aqui na terra. Principalmente as turmas compostas por adolescentes. Ser teórico é fácil, difícil é ser educador na prática.
(Homero Linhares / 08 de abril de 2009)
'Éramos uns porralokas',estes adolescentes,aos quais voce se refere,sao os nossos 'porralokinhos'.É a vida.
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