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(DAVID BELLMOND)







domingo, 30 de agosto de 2009

HITLER É QUE TINHA RAZÃO?




NAZI-FACISMO X IGNORÂNCIA

Na última sexta-feira, numa aula de literatura na minha escola preferida, eu incentivava os alunos a escreverem uma resenha sobre algum filme com tema sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre a estupidez maior do século passado (o Nazi-Facismo)quando um aluno, desses que frequentam aula vez ou outra, fez uma brincadeira sarcástica sobre os milhões de mortos por Hitler. Eu, em doze anos de magistério, numa havia presenciado uma cena parecida e me assustei. Para piorar a situação, eu lhe perguntei se ele preferia estar do lado dos assassinos nazistas ou do lado das vítimas judias e ele respondeu que sim. "Lógico que eu preferia (sic) estar do lado dos que mataram". Tive a pior das reações que já esbocei até hoje diante da ignorância humana. Mostrei-me irancudo com a opção dele de considerar a atitude de Adolf Hitler a coisa mais comum do mundo. Fiquei ainda mais possesso quando uma aluna, que também vai à aula quando bem entende, interrompeu-me e disse que eu tinha que respeitar a opinião dele porque todo mundo tem que respeitar a visão do outro. Tentei ainda explicar que Hitler não havia matado 6 pessoas ou 60 ou mesmo 600 judeus, porém mais de 6.000.000, ou seja, 6 milhões de seres humanos entre judeus, idosos, crianças, mulheres, homossexuais, negros, pobres, conforme se lê na wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Neonazismo). Portanto, considerar a atitude de Hitler como algo simples de ter uma opinião ou uma visão a favor dele não era somente uma prática de democracia, mas uma titude estúpida e ignorante acerca da História, da humanidade e do bom senso.


Minha explanação não sutiu êxito, até mesmo porque os dois, agora falando ao mesmo tempo, não me deixava explicar que a defesa de Hitler não era bem vista por 99,99999 % da raça humana. A aula virou um circo e eu era um dos palhaços no palco. Perdi toda a minha noção de bom senso também e afirmei que eles não precisavam de escola e que podiam aprender bem mais fora dela. É importante lembrar que eram alunos do terceiro ano do ensino médio e que já deviam ter estudado qualquer a respeito do Holocausto. Acho que não sirvo mesmo para ser educador, pois convidei os dois alunos a ingressaremn nas fileiras de neonazismo existente em todo mundo nas sombras da internet ou outra pocilga qualquer. A intervenção pedágogica não me deixou mais aliviado, já que a coordenadora do turno me repetiu a fala da aluna advogada, dizendo que eu devia respeitar a opinião deles. Ao retornar à sala de aula após o recreio, um aluno me perguntou se, caso o tema fosse a escravidão e esboçassem reação igual, qual seria a minha reação. Eu respondi que não chamaria o aluno de estúpido ou ignorante como fiz com os dois que defenderam o Holocausto. Eu lançaria a mesa de professor sobre a cabeça dele. Afinal, pensar que os negros, assim como os índios, apanharam, foram humilhados, trabalharam de graça, foram exterminados, e agora alguém dizer que aquilo era normal não me deixaria nunca mais voltar a uma sala de aula. O estúpido, o ignorante sou eu de querer que meus alunos aprendam a ser cidadãos conscientes em uma única aula de literatura.



(David Bellmond / Professor de Literatura/ 31.08.09)

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