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ABRAÇO FRATERNO.

(HOMERO DE LINHARES)


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GRANDE ABRAÇO.


(DAVID BELLMOND)







quarta-feira, 9 de setembro de 2009

POEMAS NÃO TÃO DE AMOR















CANSEI ...

I

Você é carta fora do baralho.
Cansei de fazer papel de otário.
Qual é a sua, amizade?
Não quero mais fazer sua vontade.

Não quero mais brincar de esconde-esconde.
Não quero ser califa nem ser monge.
Só quero que você me deixe em paz
E leve os seus erros habituais.

II

Cansei de escrever poemas bestas
para agradar à besta da minha musa
que só me usa pra massagear o ego
e eu não nego que escrevo com sacrifício
e meu suplício é não ter o que escrever.

Cansei se escrever odes sem graça
pra ganhar graça aos olhos da minha ninfa
tirando chinfra com suas amigas vazias.
a poesia vai ficando rarefeita
e sem receita não há mais como escrever.

(Homero de Linhares)


NECROLÓGICO DOS DESILUDIDOS DO AMOR

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas os veremos
seja no claro céu ou no turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados completamente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

(Carlos Drummond de Andrade)


O UTOPISTA


Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.

(Murilo Mendes)


ROSÁRIO


E eu que era um menino puro
Não fui perder minha infância
No mangue daquela carne!
Dizia que era morena
Sabendo que era mulata
Dizia que era donzela
Nem isso não era ela
Era uma môça que dava.
Deixava... mesmo no mar
Onde se fazia em água
Onde de um peixe que era
Em mil se multiplicava
Onde suas mãos de alga
Sobre o meu corpo boiavam
Trazendo à tona águas-vivas
Onde antes não tinha nada.
(...)


Aqueles olhos noturnos
Luzinho de luz parada
Na imensa noite da ilha!
Era minha namorada
Primeiro nome de amada
Primeiro chamar de filha
Grande filha de uma vaca!
Como não me seduzia
Como não me alucinava
Como deixava, fingindo
Fingindo que não deixava!
(...)


E eu baixinho me entregava
Com medo que Deus ouvisse
Os gemidos que não dava!
Os gemidos que não dava
Por amor do que ela dava
Aos outros de mais idade
Que a carregaram da ilha
Para as ruas da cidade.
Meu grande sonho da infância
Angústia da mocidade.

(Vinícius de Moraes)

Observação: Para ler poemas de Murilo, Vinícius, Drummond e outros, acesse:
http://www.revista.agulha.nom.br/poesia.html





3 comentários:

  1. Adorei o site,já está no meu 'favoritos'!
    Gostei das poesias tambem!

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  2. http://www.deezer.com/en/music/zeca-baleiro#music/playlist/zeca-baleiro-31676709

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  3. WoOw... Parabéns! Poemas muito interessantes, tocantes, bonitos, etc...

    Milieli Loyola ♥

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