PERGUNTE AO MEU FILHO SE EU JÁ FALEI MAL DE VOCÊ E ELE DARÁ PROVA DO CARÁTER QUE TEM
Riobaldo dizia que “Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado”. Uma vez que cultivei uma relação de amigos com meu filho, eu devo ter dito qualquer coisa que causará decepção se você souber. Eu posso ter falado sobre meu passado, sobre minha intimidade, sobre meus sonhos, sobre as pessoas com as quais convivi e convivo. Corro o risco de ter comentado algo que não será do seu agrado. Por isso, peço encarecidamente: Se meu filho falar mal de mim pra você, não dê ouvidos nesse momento. Ele está revoltado comigo, assim como eu estou frustrado com ele.
Na verdade, eu nem deveria estar desabafando em público já que sempre zelei pela boa relação entre pai e filho e nunca imaginei pudesse vir a acontecer de eu me preocupar com as coisas ditas num diálogo informal, num proselitismo ou numa cena prolixo inconsequente. Se você quiser por à prova o caráter do meu filho, pergunte a ele o que eu já disse sobre sua pessoa. Ele certificará que aprendeu comigo que o fato de estarmos magoado com alguém não nos dá o direito de revelar ao mundo tudo que sabemos sobre a pessoa. Ele dará testemunho de que a coisa mais importante que um ser humano pode conquistar, além do conhecimento, do dinheiro e das conquistas, é o caráter.
Aprendi com meu pai, homem sem diploma, oriundo das roças de café do norte do Espírito Santo que, se não posso ter ao meu alcance tudo que quero, posso ao menos respeitar a intimidade das pessoas, preservando-as da exposição ao público, mesmo em meu momento de maior ira. Por termos uma relação de pai e filho que beira aos 22 anos, na qual eu sempre quis ser protetor e impedir que meu filho conhecesse a dureza do trabalho que eu conheci, mas que lutasse a fim de também alcançar seu lugar no mundo com honra e dedicação, eu devo ter exagerado aos olhos de quem nunca foi pai nem mãe. E não me arrependo totalmente de ter permitido que meu filho apenas estudasse com afã de ser alguém na vida. Não me arrependo de não ter deixado meu filho conhecer a exploração do trabalho infantil e adolescente que eu tanto critico. Eu nunca quis que meu filho, assim como não quero para meus alunos, gastasse seu tempo se preocupando com o que iria vestir e comer no dia seguinte. Lugar de criança e adolescente é na escola. Para mim, não foi assim. Fui camelô, jardineiro, ajudante de pedreiro, segurança armado, auxiliar de escritório, pois meus pais tinham muitos filhos e não podiam me dar o privilégio de sonhar com uma vida melhor.
Outro dia eu resmunguei sobre a frustração de se tentar ensinar alguém a sonhar, a lutar, a se dedicar ao planejamento de um futuro, porém muitos não me entenderam. Realmente: sonhos não são ensinados. Todavia eu tentei. E só me darei por vencido quando se esgotarem todas as possibilidades.
Na verdade, eu nem deveria estar desabafando em público já que sempre zelei pela boa relação entre pai e filho e nunca imaginei pudesse vir a acontecer de eu me preocupar com as coisas ditas num diálogo informal, num proselitismo ou numa cena prolixo inconsequente. Se você quiser por à prova o caráter do meu filho, pergunte a ele o que eu já disse sobre sua pessoa. Ele certificará que aprendeu comigo que o fato de estarmos magoado com alguém não nos dá o direito de revelar ao mundo tudo que sabemos sobre a pessoa. Ele dará testemunho de que a coisa mais importante que um ser humano pode conquistar, além do conhecimento, do dinheiro e das conquistas, é o caráter.
Aprendi com meu pai, homem sem diploma, oriundo das roças de café do norte do Espírito Santo que, se não posso ter ao meu alcance tudo que quero, posso ao menos respeitar a intimidade das pessoas, preservando-as da exposição ao público, mesmo em meu momento de maior ira. Por termos uma relação de pai e filho que beira aos 22 anos, na qual eu sempre quis ser protetor e impedir que meu filho conhecesse a dureza do trabalho que eu conheci, mas que lutasse a fim de também alcançar seu lugar no mundo com honra e dedicação, eu devo ter exagerado aos olhos de quem nunca foi pai nem mãe. E não me arrependo totalmente de ter permitido que meu filho apenas estudasse com afã de ser alguém na vida. Não me arrependo de não ter deixado meu filho conhecer a exploração do trabalho infantil e adolescente que eu tanto critico. Eu nunca quis que meu filho, assim como não quero para meus alunos, gastasse seu tempo se preocupando com o que iria vestir e comer no dia seguinte. Lugar de criança e adolescente é na escola. Para mim, não foi assim. Fui camelô, jardineiro, ajudante de pedreiro, segurança armado, auxiliar de escritório, pois meus pais tinham muitos filhos e não podiam me dar o privilégio de sonhar com uma vida melhor.
Outro dia eu resmunguei sobre a frustração de se tentar ensinar alguém a sonhar, a lutar, a se dedicar ao planejamento de um futuro, porém muitos não me entenderam. Realmente: sonhos não são ensinados. Todavia eu tentei. E só me darei por vencido quando se esgotarem todas as possibilidades.
David Batista, 20-04-2017
