SEJA BEM-VINDO!

BEM-VINDO AO MUNDO DA ESCRITA!

EIS AQUI O ESPAÇO VIRTUAL ONDE AS PALAVRAS BUSCAM SE LIBERTAR DO LIMBO.



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CAROS AMIGOS,

A CARA DO BLOG MUDOU, ENTRETANTO A AVENTURA DE ESCREVER CONTINUA VIVA.

ESTAMOS AQUI À ESPERA DE QUE VOCÊS NOS LEIAM E, SE POSSÍVEL, DEIXEM UM COMENTÁRIO.

ABRAÇO FRATERNO.

(HOMERO DE LINHARES)


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AVISO AOS INTERNAUTAS,

A PARTIR DE HOJE, ESTOU AQUI COM HOMERO DE LINHARES, REVEZANDO NA ARTE DA PALAVRA.

GRANDE ABRAÇO.


(DAVID BELLMOND)







segunda-feira, 28 de setembro de 2009

QUADRINHAS JOCOSAS PARA KRÊURIS




LÁ EM CIMA DAQUELE MORRO
(Versinhos jocosos para Krêuris)



Lá em cima daquele morro
Passa boi, passa boiada.
Só não passa a sua sogra
Porque ela está atrasada.

Lá em cima daquele morro
Tem um pé de melancia.
Vou escrever um poema
Pra Krêuris ficar na minha.


Lá em cima daquele morro
Não tem tudo nem tem nada.
Vou escrever uns poemas
Pra Krêuris ficar xônada.


Lá em cima daquele morro
Tem uma estrada cá pra baixo.
Vou olhar a minha Krêuris
Tomar banho no riacho.


Lá em cima daquele morro
Tem um pé de couve-flor.
Drêivis e Krêuris vão lá
Só para fazer o quê?


Lá em cima daquele morro

Tem um pé de mexerica.
Vou chamar a minha Krêuris
Pra chupar umas laranjas.


Lá em cima daquele morro
Tem um pé de urubu.
Se não gostou do que eu fiz,
Então vá escrever o seu.


(Homero de Linhares / 28 de setembro de 2009)



QUADRINHAS JOCOSAS II



QUADRINHAS JOCOSAS

(Seleção de Rolando de Serigi, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe)

A mulher do Zé Moreno
Teve menino chorão
O povo anda dizendo
Que era filho de Lampião


Lá de trás daquele cerro
Tem um pé de pimenteira,
Para pôr dentro da boca
De quem for mexeriqueira


A açucena quando nasce
Arrebenta pelo pé
Assim arrebenta a língua
De quem fala o que não é


Ourila-lai...
Outra vez ourila-lai,
Minha mãe ficou sem dente
De tanto morder meu pai


Esta vai por despedida,
Por despedida esta vai
De tanto morder nha mãe
Ficou sem dente nhô pai


Sai daí seu porco magro
Não fuçe no meu terreiro
Vou falar com teu patrão
Que te prenda no chiqueiro


Lá em cima daquele morro
Passa boi, passa boiada
Também passa o seu chefe
Com a calça remendada


Minha sogra morreu ontem
A enterrei no galinheiro
O padre a dizer a missa
E eu a tocar pandeiro


Quem não quiser em seu caminho
Algum maluco encontrar
Fique num quarto vazio
Para os espelhos quebrar


Atirei um limão verde
Na porta da sacristia
Deu na careca do padre
Isso mesmo que eu queria


Tenho meu colete novo
Que me impõe respeito
Remendo sobre remendo
Ninguém sabe o que foi feito


Quem fala de mim, quem fala
Quem fala de mim, quem é?
É algum chinelo velho
Que me não serve no pé


Lá em cima daquele morro
Tem uma velha pra morrer
Os corvos já estão dizendo:
Temos carne pra comer


Quando vejo casa velha
Se eu fosse fogo queimava
Quando vejo homem feio
Se eu fosse morte matava


Joguei o chapéu pra cima
Para ver onde caía
Caiu no coxo das velhas
Cruz credo, Ave Maria


Não quero mulher que tenha
As pernas bastante finas
Com medo que em mim se enrosquem
Como cobras assassinas


Lá vem a lua saindo
Por detrás da pimenteira,
Já me doi o céu da boca
De beijar moça solteira


Vi dois papudos brigando
Lá no pátio da cadeia
Batendo papo com papo
Pra ganhar pataca e meia


O tatu me foi à roça
Toda a roça me comeu
Plante roça quem quiser
Que o tatu quero ser eu


Já vi barata de ponche
Pernilongo dando escola
Mosquito jogando pôquer
No cabo da caçarola


A pinga é meu parente
O vinho meu primo-irmão
Não há fandango nem festa
Que meu parentes não vão


Comi cem carros de "abobra"
Quatrocentas "melancia"
Disse pra meu companheiro
Minha barriga está vazia


A mulher e a galinha
São dois bichos "interesseiro"
A galinha pelo milho
A mulher pelo dinheiro

Eu não sei qual é a graça,
Que um beijo possa ter
Beijos não enchem barrigas
Nem são coisas de comer


Aqui jaz um homem rico
Nesta rica sepultura
Escapava da moléstia
Se não morresse da cura


Em negócio de fiado
Duas coisas acontecem
A gente fica zangado
O freguês desaparece


Nos tempos em que te amava
Pulava cercas de espinho
Agora, salto no fogo
Para não ver o teu focinho


Esta noite tive um sonho
Parece sonho de louco
Que abraçado com uma abóbora
Dei boquinhas em um toco


Tenho meu cavalo ruço
Minha mula pangaré
Quando meu cavalo rincha
Minha mula bate o pé


Quando vim de minha terra
Muita menina chorou
E o diabo daquela velha
Muita praga me rogou


No alto daquele morro
Tem um sino sem badalo
Minha boca está cansada
De falar com esses cavalos


Quantos gênios há que morrem
Desconhecidos, pacatos
O que inventou, por exemplo
Meias solas nos sapatos

Quem tiver sua filha moça
Não a leva na função
Se a livra da boquinha
Não livra do pinicão


Eu sou cabra perigoso
Quando pego a "pirigá",
Arrasto pau com raiz
No chão não deixo "siná"


Quando saguru for peixe
E mocotó for lombo
Juro que morro de fome
Mas tal comida não como


Peguei no rabo da cobra
Botei na boca da gia
Na boca de quem não presta
Quem é bom não tem valia

Entrei em casa da ópa
Saí na tesouraria
Capei calango de volta
Tirei couro de polia


A pulga vai à missa
Percevejo à procissão
O piolho por ser pequeno
É quem toca o rabecão

São guarda-chuvas no porte
Os amigo que eu conheço
Quando o vento é muito forte
Viram logo no avesso


Alfaiate quer tesoura
Sapateiro quer tripeça
Moça bonita quer ouro
Moça velha quer conversa


As mulheres quando juntas
A falar da vida alheia
Começam na lua nova
E acabam na lua cheia


Comprei um vintém de ovos
Pra tirar a criação
O pinto morreu na casca
Não tenho fortuna, não


Eu fui indo por um caminho
Encontrei com uma barata
Eu pisei na asa dela
Me xingou de cara chata


Chico, Chico barrigudo
Não venha me espiar
Que estou lavando o lençinho
Para o dia de Natal


Nunca vi mulher bonita
Ter cabelos no nariz
Nunca vi mulher alguma
Ter constância no que diz


Olha não me atires pedras
Que eu nunca fui atirado
Se querer, me atires beijos
Que com beijos fui criado


Tenho fome, tenho sede
Não é de pão, nem de vinho
Tenho fome de um abraço
Tenho sede de um carinho


Arranquei do ferro frio
Eu fiz o povo remar
Eu sou cabra perigoso
É bom não facilitar


Já subiu o meu balão
Murcho como um "jaú"
Como vela de tostão
Em papo de urubu

Duas coisas tem o mundo
Que meu coração não quer
Os piolhos de galinha
E os ciúmes de mulher


Você com esse jeitinho
Que a toda me seduz
Você hoje é o caminho
Que ao hospício me conduz

domingo, 27 de setembro de 2009

POEMA DO LIVRO "VIDA VIDE VERSO"



























DESTINO OU DESATINO?

Procuro uma palavra
Dentro da noite, exata,
Pedra angular ou adaga
Que resuma com perfeição
Tudo vivido até então.

Há vozes na noite escura
E não são sequer anúncio
Da palavra que procuro
Pra resolver minha crise:
Deus, amor, felicidade
...Seja lá qual for a verdade.

Procuro no dicionário
Uma palavra singular
Que possa representar
Tudo o que quero dizer.

Busco em meu vocabulário
Uma palavra perfeita,
Sob medida, eleita,
Que me conceda poder
De expressar o que não tenho
Coragem de dizer com o cenho
Carregado de cansaço.
Palavra perdida no espaço.

Procuro uma palavra
Que desvende meu destino
Premeditado ou desatino
De poeta amante e só
Das palavras que ao meu redor
Não me aceitam como sou
E lançam-me à busca também.
Se não encontro a palavra,
Ainda a procuro...
Amém.


(BELLMOND, David. VIDA VIDE VERSO. Vitória-ES: Editora do autor, 1999)


POEMA DE AMOR E ESPERA









































A ESPERA

Não sei de que sentido ela virá.
Eu passo o meu tempo com o olhar
Perdido nessa estrada que não para
de trazer e levar gente apressada.

A hora passa e estou acreditando
que esta minha espera vai passar.
O dia passa e estou esperando
O dia de não lhe ter que esperar.

Quando é que eu vou abraçar você
Sem saudade nos olhos por dizer:
__Até outro dia, meu amor.
__Responda Meus scraps, por favor!

Outro mês se passou e até quando
vou descontar os meses pra matar
esta saudade está me matando,
esta espera de desesperar?

O ano passa e já estou perdendo
a minha esperança de esperar
que passe a vida eu e ignore o tempo
em que esperei você pra mim voltar.

(David Bellmond / 26.09.09)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O AMOR ATRAVÉS DOS TEMPOS






AMADO

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Ninguém Pôr-do-sol, postal, mais


Peço tanto esquecer um Deus Para lhe
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor, Meu jasmim será
Meus melhores beijos seus Serão


Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue um ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais


É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você, mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer


Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina


É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você


(Vanessa da Mata)

AMÉRICA ESQUECIDA



ORAÇÃO POR HONDURAS

Meu Deus, não deixe que a história se repita
Com suas barbáries e sua opressão
Sobre os nossos já sofridos irmãos
Dessa parte da América esquecida.

(Homero de Linhares/ 24 de setembro de 2009)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

PRESENTE




PRESENTE


Namore comigo
e eu serei seu amigo
Deixa eu ser seu amado
e eu lhe darei o fado
de ser dona do mundo
e dar-lhe-ei sem fim
um sentimento profundo.


Namore comigo
e eu serei seu abrigo
Deixa eu ser seu consorte
eu lhe darei uma sorte
de ver o sol surgir
Submisso do meu olhar
e firmo o compromisso
de lhe amar até o porvir.


SE O Porvir não vem,
eu lhe amarei todo dia.
Aceite ser o meu bem
e eu serei sua alegria.


(Homero de Linhares/18 de setembro de 2009)




Again (tradução)


Tenho procurado por você
Minha alma grita sem parar
Nunca tinha sentido uma paixão como essa antes
E agora, sem o menor aviso, você entra pela
minha porta


Por toda a minha vida
onde você andou
fico pensando se vou te ver de novo
E se por acaso esse dia chegar
tenho certeza que iríamos adorar
fico pensando se vou te ver de novo


Uma dádiva sagrada dos céus
pra melhor, ou pra pior, não importa
Só sei que eu nunca deixaria alguém te machucar
ou te tirar do seu pedestal


Por toda a minha vida
onde você andou
fico pensando se vou te ver de novo
E se por acaso esse dia chegar
tenho certeza que iríamos adorar


A todo tempo, eu sempre soube
Que você estaria lá
Sobre o trono, uma rainha solitária sem seu rei
Eu esperarei por você
Meu Amor
Para sempre.


(Lenny Kravitz)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

POEMA DE CECÍLIA MEIRELES


Motivo
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
nenhum vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou se Desfaço,
- Não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- Nada mais.


Cecília Meireles

E EU QUE SÓ FALO BOBAGENS


E EU QUE SÓ FALO BOBAGENS

Não ligue pra tudo que eu eu digo às pressas,
pois o que falo nem sempre é correto.
Acho que perco o rumo quando falo.
O que eu quero é ter você por perto.

Não ouça se às vezes falo muito
pra impressionar você, minha amada!
Meu medo é de que eu não fale nada
e você me escape nesse segundo.

Não me xingue se eu perco o talento
e as palavras me escorregam das mãos.
É que eu não sei lidar com um sentimento

que ultrapassou meu corpo e coração
e, se não falo, calo o advento
de lhe amar demais e sem razão.

(Homero de Linhares / 15.09.09) 

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

POEMAS NÃO TÃO DE AMOR















CANSEI ...

I

Você é carta fora do baralho.
Cansei de fazer papel de otário.
Qual é a sua, amizade?
Não quero mais fazer sua vontade.

Não quero mais brincar de esconde-esconde.
Não quero ser califa nem ser monge.
Só quero que você me deixe em paz
E leve os seus erros habituais.

II

Cansei de escrever poemas bestas
para agradar à besta da minha musa
que só me usa pra massagear o ego
e eu não nego que escrevo com sacrifício
e meu suplício é não ter o que escrever.

Cansei se escrever odes sem graça
pra ganhar graça aos olhos da minha ninfa
tirando chinfra com suas amigas vazias.
a poesia vai ficando rarefeita
e sem receita não há mais como escrever.

(Homero de Linhares)


NECROLÓGICO DOS DESILUDIDOS DO AMOR

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas os veremos
seja no claro céu ou no turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados completamente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

(Carlos Drummond de Andrade)


O UTOPISTA


Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.

(Murilo Mendes)


ROSÁRIO


E eu que era um menino puro
Não fui perder minha infância
No mangue daquela carne!
Dizia que era morena
Sabendo que era mulata
Dizia que era donzela
Nem isso não era ela
Era uma môça que dava.
Deixava... mesmo no mar
Onde se fazia em água
Onde de um peixe que era
Em mil se multiplicava
Onde suas mãos de alga
Sobre o meu corpo boiavam
Trazendo à tona águas-vivas
Onde antes não tinha nada.
(...)


Aqueles olhos noturnos
Luzinho de luz parada
Na imensa noite da ilha!
Era minha namorada
Primeiro nome de amada
Primeiro chamar de filha
Grande filha de uma vaca!
Como não me seduzia
Como não me alucinava
Como deixava, fingindo
Fingindo que não deixava!
(...)


E eu baixinho me entregava
Com medo que Deus ouvisse
Os gemidos que não dava!
Os gemidos que não dava
Por amor do que ela dava
Aos outros de mais idade
Que a carregaram da ilha
Para as ruas da cidade.
Meu grande sonho da infância
Angústia da mocidade.

(Vinícius de Moraes)

Observação: Para ler poemas de Murilo, Vinícius, Drummond e outros, acesse:
http://www.revista.agulha.nom.br/poesia.html





domingo, 6 de setembro de 2009

APELO




APELO

 
Eu tenho tomado banho todos os dias
mas guardo em mim o gosto do seu corpo
das suas partes íntimas dentro da poesia.
Sua boca foi a última que beijei
seu corpo foi o último que toquei
suas mãos foram as últimas que sei
que me acariciaram naquele distante dia.
eu quero ser amigo, poeta e amante
mesmo que eu te ame secreto e por instantes.
Quero que você seja minha psicanalista
com sua paixão só minha e egoísta
pois meu corpo não sabe o que é prazer
longe da sua pele, longe da sua vista.
Espere-me que eu me guardo pra você
e guardo minha força para lhe dominar
e não deixe outro tomar o meu lugar
nem lhe seduzir como eu sei fazer.

(Homero de Linhares / 06.09.09)


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PROFESSOR? QUE HORROR!


PROFESSOR...SEM EMOÇÃO


Professor não pode ter emoção.
Professor tem que ensinar a lição
Como reprodutor sempre e constante
Das ideias da classe dominante.

Professor não pode tomar partido
Se fala de poder e de partido.
Professor não expressa emoção
Se cita os horrores da escravidão.

Professor não possui ponto de vista
Ao narrar a estupidez nazista.
Professor não sabe o que é razão,
Explicando teorema e equação.

Professor é sempre o maior vilão,
Pregando coerência e coesão.
Professor não pode ter coerência
Se explana a evolução das ciências.

Professor nunca deve tomar parte,
Divulgando as revoluções da arte.
Professor não pode dar punição
Quando o aluno renega a educação.

Professor não pode ter cara cínica
Se ninguém compreende as leis da Química.
Professor não tem que ter solução
Quando o atraso do progresso é a educação.

Professor não requer sabedoria
Se o assunto é saber Filosofia.
Professor não tem sangue ou coração
Quando a violência assola a nação.

Professor não pode insistir no assunto
Se Pascal ou Lavoisier são só defuntos.
Professor tem que dar avaliação
Sem contar com êxito ou aprovação.

Professor é um ser sem sensatez
Que se alegra só um dia no mês.
Professor tem que ver na educação
Apenas uma mera profissão.

(Homero de Linhares / 03.09.09)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DEMOCRACIA


A DEMOCRACIA É UMA FACA DE DOIS GUMES

A Democracia é uma faca de dois gumes:
Ao mesmo tempo que nos lberta nos pune.
Pela democracia, eu posso crer no Jesus prometido,
mas posso ter em Judas um herói
ou pior ainda: posso considerar Herodes
um exemplo de governador a ser seguido.

Pela democracia, eu posso achar Marx convincente
e continuar explorando meu semelhantes.
Posso admirar a obra de Dante
e ter medo de uma dor de dente.
Pela democracia, eu posso ser católico
ou considerar a usura um bom negócio.

A democracia é uma via de duas mãos:
Posso ser estípido e incoerente,
mas antidemocrático não.
Posso ser pobre, negro e indigente
e achar que o Holocausto foi algo banal.
Ser democrático é querer o bem e fazer o mal.

Mas o que é bem e o que é o mal
senão a interpretação de nossa vontade?
A democracia me permite ser desigual
e exigir do mundo a igualdade.


(Homero de Linhares / 01.09.09)